BECRE D.CARLOS I
quinta-feira, 14 de novembro de 2024
48ª EDIÇÃO DO CINANIMA NA BECRE D. CARLOS I
quarta-feira, 6 de novembro de 2024
PROJETO NEWTON OU UMA HISTÓRIA DE MINHOCAS
“Da biologia à física, da química à biologia ou à matemática, as leituras e as experiências vão-se entrelaçando e colhem de espanto alunos e professores, atraindo grupos-turma à biblioteca”.
Os alunos do 5.º A e do 7.º G foram naturalistas por um dia!
segunda-feira, 4 de novembro de 2024
EXPOSIÇÃO "LES PAYS FRANCOPHONES ET LA BELGIQUE"
Da responsabilidade da Professora Luísa Gomes e no âmbito da disciplina de Francês, esteve patente na galeria Almada Negreiros ao longo do mês de outubro, uma exposição sobre a Bélgica realizada pelos alunos do 7.º D, 7.º E, 7.º F e 7.º G.
quinta-feira, 31 de outubro de 2024
ENCONTRO COM CATARINA PEDRO DA EDITORA THE POETS AND DRAGONS SOCIETY
Com mais de 10 anos de experiência como educadora, Catarina Pedro especializou-se em parentalidade, para dar apoio a famílias e cuidadores de crianças, mas foi na qualidade de contadora de histórias ao serviço da editora The Poets and Dragons Society que a também autora veio à Biblioteca escolar D. Carlos I para um encontro à volta de histórias de bruxas, lobos maus e outras personagens sinistras, ou não estivéssemos nós no mês que celebra tanto as crianças quanto as histórias assustadoras.
Vestida de bruxa e de chapéu de bico, a beleza e o sorriso da convidada denunciavam que se tratava de uma bruxinha benévola e divertida. Ainda assim, algumas crianças entraram a olhar de soslaio agarradas à perna das respetivas professoras. Mas mais do que o medo subjazia a vontade de serem assustadas.
Qualquer mediador da leitura saberá que se for dado a escolher a um grupo de crianças entre uma história de amor com lindas princesas e boas fadas e contos tenebrosos capazes de arrepiar a pele, a escolha é impreterivelmente a segunda hipótese. E foi precisamente assim que começou esta roda de histórias recheadas de bruxas verrugosas, lobos afaimados e estranhos convidados, com as crianças a aumentarem os decibéis enquanto escolhiam "TERRROOORRR!!!" em vez de amor.
A pergunta que se impõe é saber até que ponto o horror na literatura pode ser benéfico para as crianças e por que é que as narrativas sinistras podem representar bons estímulos para os pequenos leitores.
Catarina Pedro, com a sua enorme expressividade, demonstrou claramente que não devemos ter medo de assustar as crianças e esse é até um direito que lhes assiste. Evidentemente que as estratégias usadas com estes pequenos leitores são muito diferentes daquelas presentes nos livros de terror para jovens ou adultos. O objetivo não é o de provocar medo ou amedrontar mas sim conduzir a imaginação infantil para o riquíssimo território dos assombros ficcionais.
As crianças experienciam o que se poderá designar de um medo seguro, o medo resultante de uma ameaça que, no fundo, sabemos não ser real. Ao ouvir estas histórias a criança não acredita realmente que é verdade o que está a ouvir e logo não se sente em perigo. Um filme de terror, por exemplo, pode ser convincente e explícito demais. Aí, sim, o medo pode tornar-se nocivo. Já a leitura de um livro pensado com cuidado para a criança, que cause apenas o frisson do horror por meio de uma linguagem específica, lúdica, pode ser uma experiência maravilhosa.
Um dos grandes benefícios do contacto inicial com histórias assustadoras é precisamente o facto de as crianças aprenderem a conviver melhor com a emoção do medo. E conhecer os nossos medos significa conhecer uma parte fundamental de nós mesmos.
Além disso, a ficção de terror oferece a possibilidade de se abordarem temas complexos como o convívio com as diferenças e até mesmo a de trabalhar o tema da morte, já para não dizer que constitui um enorme estímulo à imaginação, fundamental em qualquer período da vida.
Os livros Bruxa, bruxa, vem à minha festa, Vem aí o lobo, Senão…!, A Estranha visita, Monstro e outros títulos editados pela The Poets and Dragons Society, foram excelentes exemplos desta premissa.
Recorrendo a uma leitura interativa em que as crianças intercalavam as falas das personagens com a própria contadora de histórias, e portanto num ambiente muito seguro, a pequenada deu gritinhos de prazer e quis ver de perto a grotesca riqueza de detalhes dos mostrengos e personagens estranhas ilustradas nos livros apresentados, num misto de assombro e encantamento.
No final de cada uma das quatro sessões para todos os núcleos do 1.º Ciclo da EB D. Carlos I, as crianças pediram "Mais u-ma, só mais u-ma!" e quando o tempo não chegou para mais nenhuma história, correram para a Feira do Livro onde estavam muitos dos livros a que Catarina Pedro deu vida, querendo guardar em casa um pedaço deste pouco sinistro e muito divertido encontro.