sábado, 31 de outubro de 2020

BIBLIOTECA ESCOLAR D. CARLOS I ADERE PELO SEGUNDO ANO CONSECUTIVO AO PROGRAMA INTERNACIONAL “CINEMA, 100 ANS DE JEUNESSE”

Pelo sexto ano consecutivo, a Biblioteca Escolar D. Carlos I desenvolve atividades no âmbito do Plano Nacional de Cinema. O Plano Nacional de Cinema (PNC) está previsto como um plano de literacia para o cinema e de divulgação de obras cinematográficas junto do público escolar e pretende formar públicos escolares, despertando nos jovens o hábito de ver cinema, bem como valorizá-lo enquanto arte junto das comunidades educativas. 

De referir que o Plano Nacional de Cinema é uma iniciativa conjunta da Presidência do Conselho de Ministros, através do Gabinete do Secretário de Estado da Cultura, e do Ministério da Educação e Ciência, pelo Gabinete do Secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário, e operacionalizado pelo Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), pela Cinemateca e pela Direção-Geral da Educação (DGE).


A BECRE D. Carlos I associa-se assim às iniciativas de aplicação da “Nova Lei do Cinema” que preveem a divulgação de obras cinematográficas de importância histórica, e em particular das longas-metragens, curtas-metragens, documentários e filmes de animação de produção nacional. 

Assim sendo, e uma vez que a Biblioteca Escolar D. Carlos I tem como missão a promoção das várias literacias: da leitura, da informação e dos media e acreditando que um programa para a literacia do cinema junto dos nossos alunos ajudaria a consolidar essa missão, a mesma decidiu continuar a integrar as oficinas do programa internacional CINEMA CEM ANOS DE JUVENTUDE como programa de reflexão pedagógica. 

O projeto CINEMA CENT ANS DE JEUNESSE /CINEMA CEM ANOS DE JUVENTUDE, é coordenado pela CINÉMATÈQUE FRANÇAISE e tem como parceiro cultural em Portugal a Associação *Os Filhos de Lumière com a Cinemateca Portuguesa em Lisboa. 

As oficinas que tiveram o seu início em outubro de 2020 e decorrerão até ao final de junho de 2021, são animadas por um profissional de cinema, neste caso a Cineasta Nathalie Mansoux, em colaboração com uma Equipa Pedagógica, Professoras Cristina Didelet e Sandra Pratas, e nela participam os alunos do 9.º H.  

Ao longo do primeiro semestre, e de acordo com as *Regras do Jogo que são dadas a todos os participantes, os alunos realizaram primeiramente pequenos exercícios individuais. As Regras do Jogo são a base do que deverá ser pensado e posto em prática com cineastas, professores e alunos ao longo do ano, através de exercícios práticos, para que estes possam explorar e apropriar-se da questão a ser trabalhada este ano e que trata “O TEMPO NO CINEMA”. 

Estes exercícios culminarão no segundo semestre com a criação de um filme-ensaio coletivo, sempre em relação com a *Questão de Cinema do ano em curso, ou seja, o tempo. De referir que a mesma é pensada e escolhida em cada ano em conjunto (pelos parceiros culturais dos países envolvidos e os coordenadores da Cinemateca Francesa) e a sua metodologia é trabalhada sob a coordenação pedagógica de Alain Bergala.

Antes de se passar à fase de realização deste *Filme-Ensaio coletivo, será imprescindível o visionamento de excertos de filmes associados à realização dos exercícios, que ajudaram a precisar e a compreender a questão. E obviamente que ao longo destas oficinas será prática regular o visionamento dos excertos de filmes, a fim de estimular o questionamento e a criatividade dos alunos participantes.  

A apresentação dos filmes-ensaio dos alunos terá lugar no verão de 2021 na Cinémathèque Française em Paris, e contará, dependendo da pandemia que vivemos, com a presença dos professores, cineastas, parceiros culturais, mas também de pequenas delegações de alunos oriundos dos países envolvidos. 

Um outro objetivo a perseguir será o de que cada oficina se apresente, comunique e estabeleça um verdadeiro intercâmbio com as outras oficinas de Portugal bem como com as dos restantes países ao longo de todo o ano.  

Lembramos que este programa faz parte das Academias do Conhecimento promovidas pela Fundação Calouste Gulbenkian e também do projeto O Mundo À Nossa Volta, apoiado pelo Instituto do Cinema e do Audiovisual, dois selos de indubitável qualidade cultural e didática. Também sem dúvida que esta participação assegurará uma experiência que certamente ficará para sempre na memória de todos quantos nela participaram.



sexta-feira, 30 de outubro de 2020

VENCEDORES DOS BIBLIOCONCURSOS DE OUTUBRO 2020

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

1.ª SESSÃO DO CLUBE DE LEITURA: "MOUSCHI, O GATO DE ANNE FRANK"

Decorreram nos dias 14 e 21 de outubro de 2020 as duas primeiras sessões do projeto Clube de Leitura nas Escolas (CLE) respetivamente nas turmas do 6.º A e 5.º B.  



A Biblioteca Escolar D. Carlos I aceitou o desafio lançado pelo PNL de criar um espaço dedicado à partilha e socialização da leitura de um mesmo livro, onde professores e alunos possam questionar-se, pôr em comum as suas reflexões sobre os textos e debater os seus gostos acerca dos livros lidos. 

Dinamizar Clubes de Leitura é sempre uma forma de promover a leitura e de motivar para a leitura, com relação quer com a leitura orientada em sala de aula, quer com a leitura autónoma e partilhada, sejam estes realizados de forma presencial ou à distância.

Como indica a ideia que subjaz ao projeto, a leitura não tem de ser obrigatoriamente uma atividade solitária. Através deste ponto de encontro e do debate das obras selecionadas, os alunos têm a possibilidade de melhorar as suas competências literácitas, partilhar experiências, desenvolver o sentido crítico, e sobretudo de se fazerem leitores! 


Considerando os gostos e interesses dos alunos do 5.º B e do 6.º A, a obra escolhida para as primeiras sessões foi Mouschi, O Gato de Anne Frank de José Jorge Letria. O livro conta a triste história de Anne Frank, do ponto de vista do seu gato Mouschi e apresenta magníficas ilustrações de Danuta Wojciechowska.



Para quem desconhece, Mouschi existiu mesmo e foi levado para o anexo por Peter van Pels, um jovem companheiro de cativeiro de Anne Frank. Através dos olhos amorosos de Mouschi é possível vislumbrar o que viveu este grupo de pessoas escondidas do terror Nazi e sobretudo conhecer a perspetiva do mundo e da tragédia vivida por Anne Frank.

Num exercício de intertextualidade os alunos foram convidados a comparar a leitura do livro de Letria com O Diário de Anne Frank em quadradinhos numa adaptação de Ari Folman e belíssimas ilustrações de David Polonski, tendo apontado diferenças e pontos comuns nas duas adaptações da história. 


A sessão, conduzida pela Professora Bibliotecária da EB D. Carlos I, partiu da explicação do conceito de diário para a análise das personagens e dos eventos, confluindo num debate apaixonado entre alunos e entre professores e alunos sobre o Nazismo, o antissemitismo que grassa nos tempos atuais, o espírito resiliente e estóico dos Judeus e a sua capacidade de renascer das cinzas com perdão e revigorado fulgor. Algumas crianças revelaram as suas origens Judaicas, outras falaram de trabalhos realizados sobre a perseguição aos Judeus, outros falaram de filmes que viram sobre o que se designou de “banalização do mal” e outras ainda exprimiram a sua incredulidade para com o maior holocausto vivido pelos seres humanos. 



O tempo foi curto para tanto que se disse e ficou por dizer. A sensação geral foi a de que é mesmo bom ler e depois partilhar leituras e opiniões. Acima de tudo homenageou-se o legado de Anne Frank e da sua crença inabalável nos seres humanos [“Apesar de tudo eu ainda creio na bondade humana!”] e demonstrou-se como a leitura e o conhecimento nos podem fornecer importantes ferramentas para uma cidadania mais justa e igualitária.