Após uma árdua seleção, que resultou de uma grande participação dos alunos sobretudo do 3.º Ciclo, divulgamos finalmente os trabalhos vencedores do concurso de Escrita Criativa da Semana da Leitura 2016.
Sob orientação da Professora Cristina Didelet, os alunos do 8.º D, E e F, aproveitaram as aulas de Língua Portuguesa para participar de acordo com a seguinte metodologia: cada turma escolheu um grupo de palavras aleatórias. A partir desse “corpus” de palavras o desafio lançado foi escreverem um texto que contivesse todas essas mesmas palavras, e por outro lado que o texto contivesse algum sentido. No entanto, devido às palavras escolhidas, rapidamente se aperceberam que iriam ter de recorrer a uma linguagem metafórica e também a uma linguagem com algum grau de “nonsense”.
Conheçam então os trabalhos apurados:
Sob orientação da Professora Cristina Didelet, os alunos do 8.º D, E e F, aproveitaram as aulas de Língua Portuguesa para participar de acordo com a seguinte metodologia: cada turma escolheu um grupo de palavras aleatórias. A partir desse “corpus” de palavras o desafio lançado foi escreverem um texto que contivesse todas essas mesmas palavras, e por outro lado que o texto contivesse algum sentido. No entanto, devido às palavras escolhidas, rapidamente se aperceberam que iriam ter de recorrer a uma linguagem metafórica e também a uma linguagem com algum grau de “nonsense”.
A Árvore da Imaginação
1.º Ciclo
1.º LUGAR
Era uma vez um menino. Um menino chamado Miguel. Ele era muito estudioso e gostava de ler e trabalhar.
Um dia, ao fim da tarde, o Miguel foi para um monte onde, normalmente, descansava depois das aulas. Lá ele passava horas a ler.
Nesse dia, como era habitual, Miguel leu e releu e, de repente, dos seus cabelos curtinhos e escuros, nasceu uma árvore, uma árvore da imaginação. Dos seus raminhos nasceram várias personagens: a Princesa da Chuva, sentada num ramo, à espera de um dos cavalos, que, nuns ramos finos e compridos, cavalgavam procurando a Princesa para a levarem para o castelo do seu pai, o rei D. João III, Rei das Nuvens; o Capuchinho Vermelho, a caminho de casa da avó, mas desta vez, em vez de Lobo Mau, havia uma raposa matreira.
Lá no alto da árvore havia uma coruja, uma coruja muito bonita, e o Miguel gostou tanto tanto dela que inventou uma canção:
Uma coruja,
Uma coruja a esvoaçar,
Pelo alto do céu,
Sempre ao luar!
Só que adormeceu, para aí cinco segundos depois da canção. O Miguel não só sonhou que estava num mundo fantástico, como sonhou que estava na história que tinha lido.
– Filho, acorda imediatamente! – Mandou a mãe.
Miguel acordou de um salto.
– Ok, ok, Mamã!
– Vamos imediatamente para casa, ouviste?
– Sim, Mamã. – Respondeu ele prontamente.
– Ah, espero bem. – Disse a mãe em tom meio zangado.
– O Boris está no carro? – Perguntou o Miguel.
– Está. – Respondeu a Mãe.
– Posso brincar com ele quando chegar a casa? – Pediu o menino.
– Podes, mas agora vens para o carro.
– Está bem, Mamã.
À noite, Miguel já não sonhou a noite inteira com o livro que tinha lido, mas foi lá durante dez segundos, para a Princesa da Chuva lhe dizer:
– Adeus amigo! Gostei de te conhecer!
E, chegando-se mais ao pé dele, deu-lhe um beijinho!
FIM
Marta Silva
2.º e 3.º A
A Árvore da Imaginação
2.º LUGAR
Num dia de Verão
Um menino curioso
Perguntava o que era a imaginação?!
Mas, foi em vão!
Uns diziam “ é imaginares…”
Foi, então, procurar à biblioteca
E pensou que era uma seca!
Descobriu um livro que dizia ser “Mágico”
Ele pensava, pensava “e se fosse trágico?”
O livro dizia estas palavras:
“Azarat, marácacos, mico-facáras,
Mimicolos, maracáras,
Malola-cacá, ão, ão!!!”
Estava então a tradução:
Há uma via, chamada Via Láctea,
E, há um planeta chamado Terra,
Onde um menino cria uma árvore
Onde crescem ideias!
Esta árvore está protegida por uma muralha
tão forte quanto a do Castelo dos Mouros
tão forte quanto a do Castelo dos Mouros
Lá no alto da Serra.
Já há muita gente
Que sabe isto
Porque este livro já leu!!!
A imaginação cresce a ler,
Enquanto o fazemos
Nem damos conta do ponteiro mover!
E a árvore da imaginação continua a crescer!
Tiago Calaim – 8 anos
2.º e 3.º A
ELOS DE LEITURA 8.º ANO
1.º LUGAR
1.º LUGAR
Estava tudo escuro e eu não via nada, foi então que vi uma abertura de onde jorrava a luz do dia. Dirigi-me até essa luz e atravessei-a para o outro lado. O que vi fascinou-me. Era um lugar de árvores macias, coloridas e redondas como chupa-chupas. A relva era verde e tão clara que parecia folhas de alface. Havia animais que também eram coloridos e pequenos. Saltitavam entre os arbustos com olhos grandes, orelhas redondas e caudas encaracoladas, enquanto brincavam entre si. Caminhei longos metros fascinado com a beleza das paisagens. Mais à frente as surpresas pareciam não acabar. Encontrei um unicórnio e um cavalo que falavam entre si.
– Olá! – Exclamei.
– Olá – Responderam em uníssono – És novo aqui!?
– Estou só de passagem. – Respondi – Este sítio é maravilhoso e ainda não vi quase nada!
-Então nós mostrar-te-emos! Monta-me – Disse o unicórnio.
Montei e, de repente, parecia que estava a voar. Passeámos por montes e vales e dois passarinhos pretos desejaram-me um bom dia. Retribuí. Mais à frente chegámos a uma floresta onde vi uma gruta.
– Que há ali dentro?
– É ali que mora o morcego e a coruja. Protegem o nosso reino de noite. E também há um dragão!
– Um dragão? Um reino?
– Sim ele mora junto ao palácio da princesa. Protege-a a ela e à Lâmpada Mágica. Depois levo-te lá. Vai haver um baile logo à noite.
Continuámos a cavalgar, já dentro da floresta. Avistei uma casinha vermelha e ouvi um grito lá de dentro. Saltei do unicórnio e entrei em casa. Ele seguiu-me.
– Que se passa Capuchinho?
– O lobo mascarou-se outra vez de minha avó. Começo a ficar farta.
– Já chega lobo, não queiras levar outro coice.
– Auuuu, não que ainda me dói do outro! – E saiu a correr.
– Obrigada unicórnio. Quem é o teu amigo?
– Está só de passagem. É o…
– Sou o Nicolau.
– Bom, obrigada aos dois. Vejo-vos logo à noite no baile.
Continuámos a passear e desta vez chegámos a um lago. Era brilhante, luminoso e dava vontade de nos deitarmos junto à margem, na relva macia. Assim o fiz. Em redor cresciam flores rosas, azuis, laranjas. A água abanava suavemente. De repente começou a crescer uma agitação nas águas e um sapo fugiu destas para o meu lado. Para grande surpresa minha, emergiu uma baleia do lago. Uma baleia!!!
– Boa tarde! – Respondeu a baleia com uma voz imponente mas bastante alegre. – Precisava de vir respirar. Cumprimentos a todos. – E voltou a imergir, deixando todos molhados.
– Eu quero ser grande mas nunca hei de ser tão grande como ela! Mesmo assim contínuo a ser o rei do lago! – Disse-me o sapo com uma coroa.
– Este é o príncipe da princesa e que foi transformado pela bruxa? – Perguntei sarcasticamente.
– Aqui não há bruxas. Ele apenas se acha grande. – Disse o unicórnio.
– Que bom. Aqui nada de mal acontece, pois não? – Indaguei-os.
Como resposta obtive uma conversa de longo prazo que durou até ao anoitecer, sobre as maravilhas deste lugar. Quando nos levantávamos para ir para o baile, um bando de cisnes pousou sobre a margem e, envoltos em faíscas e brilho, transformaram-se em lindas bailarinas.
– Esperem por nós! Também vamos para o baile. – Gritaram elas.
Seguimos pela estrada de terra batida, com árvores e flores a erguerem-se de cada lado. Quando já estávamos próximos do palácio, começou a ouvir-se uma música cada vez mais alto no meio do negrume. Chegados ao castelo e ao salão de baile, o unicórnio apresentou-me à princesa.
– Sê bem-vindo. Espero que te divirtas. Vai à nossa mesa do banquete que depois danço contigo.
Fui à mesa do banquete onde estava uma raposa toda aborrecida. Estava a tentar comer uns petiscos dentro de uma garrafa de gargalo esguio. Perguntei se queria ajuda mas esta respondeu com maus modos que não a incomodasse. Pouco depois a princesa perguntou-me se queria dançar com ela. Fui dançar e depois ela disse-me:
– Tenho uma surpresa para ti, já que és convidado.
Levou-me a uma sala, por entre corredores encantados. À porta da sala estava um pequeno guarda muito giro, só que não era uma pessoa, era um gato de botas, chapéu e espada. Fez uma vénia à princesa e deixou-nos passar. Essa sala estava adornada de ouro e plantas, claramente uma amante da natureza. Finalmente, agarrou numa peça.
– Esta é uma lâmpada mágica. Pede um desejo. Ele realizar-se-á.
– Tens a certeza de que posso?
– Claro, deixo-te porque és um convidado novo aqui.
– Então desejo...
CATRAPUM!!!... Assustei-me e olhei em volta, foi então que percebi o que estava no chão. Era o meu livro de contos, que tinha começado a ler na noite anterior. Eu estava no meu quarto, o livro no chão e o relógio a marcar as sete e vinte e três da manhã. Tudo não passara de um sonho. Que pena, no entanto fora lindo, mas que poderia fazer? Nada. Puxei dos lençóis e voltei a adormecer. Era domingo.
Carlota Alves Tracana e Sofia Martins Kará Rodrigues_ 8ºB
Carlota Alves Tracana e Sofia Martins Kará Rodrigues_ 8ºB
ELOS DE LEITURA 8.º ANO
1.º LUGAR
Palavras escolhidas pela turma:
Elos/ Felicidade/ Tristeza/ Amizade / Desporto / Sol / Amor / Harmonia/ Mar / Lanche / Dia / Ilha / Vingança / Palavra / Estrela / Música / Noite / Mesa / Leite / Manhã / Rabanadas / Esperança / Destino / Tarde / Sonho / Praia / Escuro / Farinha / Paraíso / Mistério
Há vários elos entre felicidade e a história. Estão os dois ligados por exemplo pela amizade, que tanto nos faz felizes como tristes, com os seus altos e baixos, como o desporto que nos pode pôr tristes com uma pesada derrota, como felizes por ganharmos a partida. Mas estas não são as únicas coisas à partida em nada idênticas ou até opostas que se ligam na vida: o sol e o amor estão tanto separados como juntos na nossa vida. Um é alegre, o outro também. Um às vezes até desaparece, mas se for verdadeiro volta sempre a aparecer da mesma maneira, e o outro também. Tudo isto para explicar a harmonia das palavras.
Lembrei-me disto quando numa tarde, junto ao mar e a meio de um lanche numa linda ilha cheia de árvores onde nunca tinha estado. Esta ilha deu-me muita inspiração e fez-me pensar também na vingança, na palavra vingança. Será que a inventaram para definir este sentimento ou será que este sentimento é que é definido por esta palavra?
Durante estes pensamentos houve uma estrela - que parecia que estava sempre a olhar para mim - que me encaminhou, como quando ficamos com uma música na cabeça. De noite fui beber leite com rabanadas, que era o lanche que no passado eu adorava… que a minha mãe adorava.
Fui dormir na esperança de que no futuro o meu destino fosse como uma tarde ou como um sonho, ambos misteriosos e cheios de coisas que nunca pensamos fazer. Voltei a pensar na harmonia das palavras mas fiquei por ali. Mais tarde fui à praia, estava escuro e as minhas mãos pareciam farinha de tão brancas do frio que estava.
Estas férias foram como estar num paraíso e percebi que há sempre um mistério escondido na nossa mente por descobrir.
TOMÁS GOUVEIA N.º 30 8.º D
2.º LUGAR
Palavras escolhidas pela turma:
Elos/ Felicidade/ Tristeza/ Amizade / Desporto / Sol / Amor / Harmonia/ Mar / Lanche / Dia / Ilha / Vingança / Palavra / Estrela / Música / Noite / Mesa / Leite / Manhã / Rabanadas / Esperança / Destino / Tarde / Sonho / Praia / Escuro / Farinha / Paraíso / Mistério
Elos namorava com Felicidade há bastante tempo. Eram perfeitos um para o outro, a maneira como se davam era invejável, pensava toda a gente. A verdade é que Elos vivia numa tristeza imensa. Felicidade era muito possessiva, o que fez com que Elos estragasse amizades, deixasse velhos hábitos, se isolasse. Chegou até a deixar de praticar desporto, aquilo de que tanto gostava. Todos os dias Elos ia ao Jardim do Sol, mas tudo acabou quando conheceu Felicidade.
Aquele amor conseguiu revirar por completo a vida de Elos e toda a harmonia que havia entre eles era porque Elos obedecia à namorada e esta já não respeitava o seu espaço.
Uma tarde, Elos fartou-se, sufocou. Como todas as sextas-feiras eles foram ver o mar, enquanto comiam o lanche preferido de Felicidade. Nesse dia, fugiu. Disse-lhe que não aguentava mais e foi para a Ilha de Ligação. A ilha ficava muito longe, mas Felicidade queria a vingança a todo o custo, e não era o facto de a ilha ser longe que a ia impedir.
Felicidade não dissera uma palavra sobre o assunto a ninguém. Só falava que a estrela dela se tinha apagado e que o mar já não cantava a mesma música. Ficava a noite toda acordada e já nem ia à mesa comer. A mãe preocupada trazia-lhe sempre o leite da manhã e as rabanadas que ela tanto gostava, mas esta mal lhes tocava.
Foi então que um dia Felicidade se levantou. Tinha esperança que o destino a voltasse a juntar a Elos. Já era tarde para amar, mas a vingança tinha que ser realizada.
Nessa noite, a rapariga sonhou que estava outra vez na praia, estava escuro, a areia estava fina como farinha e o mar tinha recuperado a sua melodia.
No dia seguinte voltou à praia. Felicidade sentiu-se no paraíso, estava no sítio onde tinha sido feliz, e pela primeira vez sentiu-se bem sozinha. Ela finalmente tinha aprendido que as pessoas precisam de espaço e que só ficou desolada porque tinha ficado sozinha. Percebeu que nunca tinha amado Elos de verdade e que tudo o que queria era atenção. Toda a infelicidade tinha desaparecido por mistério. Felicidade tinha finalmente percebido que o conceito de amor é mais do que ela pensava. A sede de vingança evaporou-se e percebeu com clareza que a sua melhor companhia era ela mesma e que essa era a pessoa que ela nunca iria deixar.
MARGARIDA PIRES 8.º D
Palavras escolhidas pela turma:
Elos/ Amizade / Incompreensível / Sistematicamente / Mar / Terra/ Compreensível/ Berlinde / Diversao / Impossível / Papa / Possível / Beterraba / Persistente/ Mendigo / Aura / Cóccix / Diferente / Amor / Humanidade / Prestável / Som / Perspicaz / Felicidade
3.º LUGAR
Os elos da amizade são incompreensíveis mas sistematicamente usados. Tal como com o mar e a terra existe uma ligação. Na amizade entre seres completamente diferentes ou iguais não há fórmula que a descreva. Em atos tão simples como jogar ao berlinde ou partilhar uma diversão é impossível não criarmos laços com os outros.
Tal como não há papa de aveia sem leite, não há vida sem amizade. É possível viver sem riqueza ou luxos, mas amizade não. Coisas simples como partilhar um bolo de beterraba, ser persistente a ajudar os outros, doar roupa para os mendigos. A nossa aura brilha mais forte quando temos amizade. As pessoas não levam para o futuro bens materiais, mas sim momentos, como quando saltas com os teus amigos mesmo que partas o cóccix numa cascata. A amizade é diferente, não vê raça nem religiões, é como o amor.
Desde sempre a humanidade tem vindo a criar laços, como quando uma pessoa desconhecida é prestável, vindo assim a criar uma amizade ou a ouvir o som dos pássaros com os amigos. A humanidade é perspicaz ao criar amizades. A amizade é felicidade!
Tal como não há papa de aveia sem leite, não há vida sem amizade. É possível viver sem riqueza ou luxos, mas amizade não. Coisas simples como partilhar um bolo de beterraba, ser persistente a ajudar os outros, doar roupa para os mendigos. A nossa aura brilha mais forte quando temos amizade. As pessoas não levam para o futuro bens materiais, mas sim momentos, como quando saltas com os teus amigos mesmo que partas o cóccix numa cascata. A amizade é diferente, não vê raça nem religiões, é como o amor.
Desde sempre a humanidade tem vindo a criar laços, como quando uma pessoa desconhecida é prestável, vindo assim a criar uma amizade ou a ouvir o som dos pássaros com os amigos. A humanidade é perspicaz ao criar amizades. A amizade é felicidade!
CAROLINA MARTINS 8.º F
Sem comentários:
Enviar um comentário