terça-feira, 8 de março de 2016

ELOS POÉTICOS_SARAU DE POESIA

Num mundo cada vez mais afastado da Natureza, mais tecnocrático e onde o virtual é visto como real, subjaz a dúvida: a poesia ainda é útil? Claro que sim, numa existência burocratizada e altamente informatizada onde tudo serve para alguma coisa, é crucial que algumas coisas não sirvam para nada!

Mas é facto que a poesia tem utilidade. Foi a primeira forma de comunicação desde há séculos. E como poderíamos amar sem a poesia que ensina o amor e alimenta a alma? Como diria Sophia de Mello Breyner Andresen, o "poema é um círculo onde o pássaro do real fica preso". Cabe ao poeta desvendar a verdade que está mais além, ali onde ele chega primeiro. 
 

Precisamos da poesia para reestabelecer a realidade essencial, o sentido da vida e das coisas. Precisamos da poesia para recuperar o assombro, o espanto primordial perante o milagre da vida e da morte. Precisamos da poesia para exprimir o indizível. E para fazer poesia não basta criar versos e inventar rimas. O poeta, enquanto artesão da palavra, mistura no seu labor bocados da sua alma e da sua vida. E por isso escrever poesia não é fácil, implica remexer nas feridas do espírito e, com a alma toda nua, vestir a palavra com as memórias do que se viveu.
E a poesia pode ser sobre qualquer coisa: uma laranja, um relógio, uma bola, um planeta, um berlinde, o sol ... e tantas outras coisas redondas e simples.

E assim, partindo do tema proposto este ano pela RBE - ELOS POÉTICOS - os alunos do 6.º C e 6.ºF, lançaram-se nessa missão de esculpir a palavra à volta de temas redondos e, no dia 8 de março de 2016, decidiram partilhar entre si  as suas criações poéticas. Sobretudo procuraram, ainda que não conscientemente, esse olhar prodigioso e puro que a poesia tem sobre as coisas e o mundo. 

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