Escritora-fantasma para figuras públicas como Jorge Pina, Vera Sousa começa a impor-se como uma escritora de pleno direito.
No dia 18 de março de 2016, no âmbito das comemorações da Semana da Leitura 2016, os alunos do 8.º A e 8.º G, encontraram-se com a jovem e promissora escritora Vera Sousa. À sua espera os alunos do 8.º G tinham preparado leituras de excertos das suas obras e também pequenos filmes onde se retratavam cenas de bullying na escola, numa ligação com um dos temas da sua obra trabalhado com a ajuda da Professora Cristina Calado. Embora, como explicou a autora, e apesar de a própria ter sido vítima deste flagelo, nenhum dos seus livros tenha carácter autobiográfico. O bullying é apenas um tema que viveu de perto e que, na altura em que o livro foi escrito, ainda não estava bem resolvido dentro de si. A banalização do assunto por intermédio da escrita foi, segundo a mesma, a melhor das terapias.
Vera Sousa, que enquanto aluna da D. Carlos I costumava sonhar com o dia em que tivesse um livro seu nas prateleiras da Biblioteca Escolar, falou ainda sobre o processo de criação das suas obras. Primeiro que tudo o livro é uma viagem mental. O espaço que medeia a casa e a escola onde leciona serve para redigir na sua cabeça o enredo dos seus livros. A própria profissão a ajuda nesse processo criativo, já que os alunos lhe colocam questões que a obrigam a refletir.
E essa reflexão tem por hábito acontecer da meia-noite às duas, na calma da cidade que dorme. Mas essa rotina também necessita de pausas. É preciso deixar repousar a escrita e depois, quando essa massa de sonhos já teve tempo de levedar, há que olhar para ela como se fosse a primeira vez. À pergunta do costume sobre qual o filho que prefere, Vera Sousa responde que vê os seus livros como um todo, não tem preferidos.
E o que despoletou o desejo de escrever? Em 1987 ficou pasmada num hipermercado que iniciara a moda de vender livros a par com comida, e jurou que um dia ainda iria ter livros seus nas bibliotecas, nas livrarias e até nos supermercados.
Mas não começou logo ali a escrever. Somente após a morte de três pessoas muito próximas e de muitas viagens pelo nosso país, deu início ao sonho. Achou que já tinha maturidade para escrever, como se à morte se tivesse seguido o renascimento.
A escritora, a quem nunca ocorreu esconder-se sob a capa de um pseudónimo, ainda que tímida e avessa a fotografias, confessou que gosta tanto de escrever como de ler, não obstante ter deixado a meio muitos livros, mesmo conhecidos. Só lê o que realmente lhe interessa.
Generosa, Vera Sousa ofereceu uma bonita agenda a uma aluna que escolheu a sua obra para a apresentação de leituras na aula de Português, e à Biblioteca Escolar deixou-nos este agradecimento imortalizado num pequeno suporte que muito nos emocionou. Também, parafraseando a autora, fazemos votos de que a Biblioteca Escolar continue a semear sonhos e a fomentar o aparecimento de outros jovens escritores.
À Vera Sousa queremos agradecer a sua amável presença e desejar que continue a dar asas ao seu sonho de menina! Será sempre bem vinda na sua antiga escola!
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