quinta-feira, 17 de março de 2016

ENCONTRO COM A ESCRITORA VERA SOUSA

Escritora-fantasma para figuras públicas como Jorge Pina, Vera Sousa começa a impor-se como uma escritora de pleno direito. 

No dia 18 de março de 2016, no âmbito das comemorações da Semana da Leitura 2016, os alunos do 8.º A e 8.º G, encontraram-se com a jovem e promissora escritora Vera Sousa. À sua espera os alunos do 8.º G tinham preparado leituras de excertos das suas obras e também pequenos filmes onde se retratavam cenas de bullying na escola, numa ligação com um dos temas da sua obra trabalhado com a ajuda da Professora Cristina Calado. Embora, como explicou a autora, e apesar de a própria ter sido vítima deste flagelo, nenhum dos seus livros tenha carácter autobiográfico. O bullying é apenas um tema que viveu de perto e que, na altura em que o livro foi escrito, ainda não estava bem resolvido dentro de si. A banalização do assunto por intermédio da escrita foi, segundo a mesma, a melhor das terapias. 



Vera Sousa, que enquanto aluna da D. Carlos I costumava sonhar com o dia em que tivesse um livro seu nas prateleiras da Biblioteca Escolar, falou ainda sobre o processo de criação das suas obras. Primeiro que tudo o livro é uma viagem mental. O espaço que medeia a casa e a escola onde leciona serve para redigir na sua cabeça o enredo dos seus livros. A própria profissão a ajuda nesse processo criativo, já que os alunos lhe colocam questões que a obrigam a refletir. 

E essa reflexão tem por hábito acontecer da meia-noite às duas, na calma da cidade que dorme. Mas essa rotina também necessita de pausas. É preciso deixar repousar a escrita e depois, quando essa massa de sonhos já teve tempo de levedar, há que olhar para ela como se fosse a primeira vez. À pergunta do costume sobre qual o filho que prefere, Vera Sousa responde que vê os seus livros como um todo, não tem preferidos. 


E o que despoletou o desejo de escrever? Em 1987 ficou pasmada num hipermercado que iniciara a moda de vender livros a par com comida, e jurou que um dia ainda iria ter livros seus nas bibliotecas, nas livrarias e até nos supermercados.
Mas não começou logo ali a escrever. Somente após a morte de três pessoas muito próximas e de muitas viagens pelo nosso país, deu início ao sonho. Achou que já tinha maturidade para escrever, como se à morte se tivesse seguido o renascimento. 
A escritora, a quem nunca ocorreu esconder-se sob a capa de um pseudónimo, ainda que tímida e avessa a fotografias, confessou que gosta tanto de escrever como de ler, não obstante ter deixado a meio muitos livros, mesmo conhecidos. Só lê o que realmente lhe interessa. 


Ainda muito jovem, Vera Sousa já publicou dois livros para adultos, um livro para crianças, um documentário sobre Cabeço de Vide, bem como participou numa mão cheia de antologias poéticas. Não tem todavia um livro só com poesia. Encara a poesia como o seu lado mais íntimo e sente-se melhor na narrativa. 





Generosa, Vera Sousa ofereceu uma bonita agenda a uma aluna que escolheu a sua obra para a apresentação de leituras na aula de Português, e à Biblioteca Escolar deixou-nos este agradecimento imortalizado num pequeno suporte que muito nos emocionou. Também, parafraseando a autora, fazemos votos de que a Biblioteca Escolar continue a semear sonhos  e a fomentar o aparecimento de outros jovens escritores.



À Vera Sousa queremos agradecer a sua amável presença e desejar que continue a dar asas ao seu sonho de menina! Será sempre bem vinda na sua antiga escola!


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