A Semana da Leitura é uma iniciativa que tem contado com o envolvimento das escolas, dos municípios e das comunidades em atividades para festejar a leitura como ato comunicativo, diálogo entre as artes, as humanidades e as ciências, espaço de encontro, criativo e colaborativo.
Dando continuidade a este entusiasmo coletivo na promoção dos hábitos e das competências de leitura, e no âmbito da 12ª edição da Semana da Leitura, a Biblioteca Escolar D. Carlos I lançou um concurso de escrita criativa destinado aos alunos do 1.º Ciclo (3.º e 4.º anos), 2.º e 3.º Ciclos que deveria ter como base a seguinte imagem:
O Labirinto de Jim Henson, 1986 |
Após uma difícil seleção, que resultou de uma grande participação dos alunos sobretudo do 2.º Ciclo, divulgamos finalmente os trabalhos vencedores do concurso de Escrita Criativa da Semana da Leitura 2018.
Agradecemos a participação de todos e damos os mais sinceros Parabéns aos alunos vencedores!
VENCEDORA DO 3.º CICLO:
A Princesa Bela e o Príncipe Feio
Há muitos, muitos anos, havia uma Princesa tão bela tão bela, que todos os rapazes queriam casar com ela. O problema era que ela os achava a todos feios. O seu sonho era casar-se com alguém tão belo quanto ela, mas, naquela pequena aldeia, ninguém lhe agradava.
Certo dia a Princesa decidiu ir falar com o seu conselheiro para que ele lhe dissesse se existia alguém para si e onde estaria o Príncipe dos seus sonhos.
O conselheiro disse-lhe que não sabia quem era ou onde estaria o seu Príncipe mas disse-lhe que conhecia uma pessoa, ou melhor, ele conhecia um Príncipe que sabia tudo acerca do mundo, do Amor, de tudo mesmo. Então, sendo ele o seu Conselheiro-Real, aconselhou-a a ir ter com ele. Mas avisou-a de que iria ser uma viagem difícil. No entanto, se realmente queria saber quem era o seu amor, teria de arriscar.
A Princesa assim fez. Saiu do seu castelo e procurou quem soubesse onde se encontrava o tal Príncipe. Foi a três aldeias mas ninguém o conhecia. Quando chegou à quarta aldeia, perguntou ao ferrreiro se conhecia o Príncipe que tudo sabia. Por sorte, este conhecia-o e disse-lhe que ele morava num reino muito distante. A Princesa teria pela frente uma longa viagem, uma viagem de nove dias.
A bela Princesa voltou ao seu castelo para se preparar, pois nove dias de viagem era muito tempo. A Princesa levou consigo roupa, comida e bebida e o melhor cavalo do seu reino.
No primeiro dia atravessou uma maravilhosa floresta com folhas verdes e águas cristalinas. No segundo dia galopou pelo deserto. O deserto era seco e lá só se via areia, areia e mais areia. Felizmente tinha água consigo.
Nos quatro dias seguintes remou por um rio, um rio enorme e transparente. Tão transparente que era possível contar as pedras que estavam no seu fundo.
Ao sétimo dia parou numa aldeia para se reabastecer de água e comida pois os seus mantimentos tinham acabado. Aproveitou para descansar e passou a noite numa cabana.
A Princesa subiu as escadas que iam dar ao palácio e, quando bateu à porta, esta abriu-se como que por magia. Entrou e ficou espantada com a beleza do palácio. Mas logo todo esse encanto desapareceu quando apareceu o Príncipe que tudo sabia.
Ele era feio, tinha cabelo longo, loiro e despenteado. Os seus trajes eram azuis-claros mas muito velhos e segurava na sua mão uma bola de cristal preta.
O Príncipe que tudo sabia convidou-a a sentar-se. Depois de sentada logo perguntou:
_ Quem é e onde está o meu amor?
Ao que o Príncipe que tudo sabia prontamente respondeu:
_ Vejo na minha bola de cristal que o teu amor não é tão belo como pensais. Mas é bondoso e corajoso e isso é o que importa.
Desiludida com a resposta do Príncipe que tudo sabia, a Princesa abandonou imediatamente o castelo sem saber quem era o seu amor.
Regressou ao seu castelo onde reinou, bela e infeliz, até ao fim dos seus dias.
Beatriz Teixeira
N.º 4 7.º D
VENCEDORA DO 1.º CICLO:
A Aventura da Bola de Cristal
Há algum tempo atrás, em Sintra,
vivia uma menina chamada Alice que tinha um cão chamado Pitéu.
A Alice costumava passear o Pitéu
no jardim onde se encontrava com o seu amigo Rodrigo. O Rodrigo tinha um gato
chamado Alecrim. Apesar de ser um gato, ele era muito amigo do cão Pitéu.
Um dia, o Pitéu andava a brincar com
o Alecrim e encontrou, no meio de um canteiro, uma coisa estranha.
– O que trazes aí, Pitéu? –
perguntou Alice. O Pitéu trazia na boca uma bola de cristal.
_ Rodrigo, anda cá ver! –
exclamou Alice.
Os dois ficaram espantados a
olhar a bola sem saber o que era.
– Vamos investigar! – sugeriu o
Rodrigo.
– Será que é mágica? – perguntou
a Alice.
– Naaa! – discordou o Rodrigo. –
Deve ser de um dos vizinhos!
A Alice ficou com um ar triste e,
de repente, a bola começou a brilhar.
– Rodrigo, Rodrigo! A bola está a
brilhar! Está a aparecer uma cara!
Nesse momento Alice desapareceu
para dentro da bola. O Rodrigo não queria acreditar.
– Como é que entraste aí dentro?!
– exclamou Rodrigo.
– Não sei! – gritou Alice. Mas
Rodrigo não ouviu a resposta.
Dentro da própria bola também se
passava algo. Alice virou-se e gritou:
– Aaaaaaaaaahhhh!
Um homem vestido com roupa que
parecia rasgada segurava numa bola de cristal.
_ Quem és tu?- perguntou Alice.
– Quem és tu? – perguntou o
homem.
– Eu perguntei primeiro. – respondeu
Alice.
– Está bem. Eu sou Zec, o
feiticeiro. E tu?
– Eu sou a Alice, e este é o meu
cão Pitéu.
– Nunca conheci um cão pitéu. É
saboroso?
– Que disparate! – zangou-se
Alice – Não é para comer!
– Como é que entraste aqui? –
perguntou Zec.
– Não sei. Estávamos no jardim…
– Então foi isso! – Zec nem
deixou Alice acabar de falar. – Foi por isso que conseguiste entrar. O meu
esconderijo bola de cristal não está no sítio certo. Ele tem de estar no fim do
Arco-íris.
– O quê?! O Arco-íris não tem
fim! – disse Alice.
– Ai isso é que tem! É só preciso
uma mangueira e o sol a brilhar. Mas como é que vamos fazer isso agora?
– Já sei! Podemos pedir ajuda ao
meu amigo Rodrigo que ficou no jardim. Só temos de conseguir falar com ele. –
respondeu Alice.
– Isso é fácil, é só escrever na
bola de cristal.- acrescentou Zec.
Enquanto falava, Zec escrevia: “ Molha a bola de cristal com a mangueira ao
sol.”
Rodrigo continuava pasmado a
olhar para a bola de cristal quando começou a ver as letras a aparecerem.
Foi a correr ligar a mangueira.
Quando o sol brilhou, a bola desapareceu e Alice e o Piteú apareceram no sítio
da bola.
Alice contou a Rodrigo o seu
encontro com o feiticeiro Zec enquanto comiam uma bola de gelado.
Artemisa Martins Teixeira
3.º BV – EB1 da Várzea de Sintra
O Feiticeiro Malvado e a
Casa Assombrada
Era uma vez uma menina chamada
Mariana que foi raptada por um feiticeiro muito malvado. O feiticeiro tentou
conquistar a menina, mas como esta só pensava em ir para casa, o malvado e
terrível feiticeiro disse muito zangado:
- Ou consegues sair desta casa ou
ficarás para sempre presa na bola de cristal que está na minha mão.
A Mariana, pelo que lia nos
livros de histórias, sabia que as casas dos feiticeiros eram pequenas. Então pensou
que seria muito fácil conseguir fugir, mas enganou-se.
Passou por um corredor em zig zag
e forrado de espelhos. Foi contra alguns deles enquanto corria e acabou por ver
uma porta trancada com uma placa com letras grandes e onde se podia ler:
“REMORS ES RBIARSE SETA ROPAT”.
“MORRES SE ABRIRES ESTA PORTA”.
Então Mariana, embora assustada e
receosa, abriu-a devagarinho e a medo. Mas quando a porta se estava a abrir,
recuou, pois caso alguma coisa acontecesse, ela não seria puxada para dentro
dela.
Atrás da porta Mariana viu um
estranho laboratório. Curiosa, entrou. Havia muitos livros e começou a lê-los.
Eram sobre como fazer poções que derrotavam bruxos e feiticeiros.
Ela ficou nesse laboratório por dois
dias e, no segundo já tinha decorado dois livros. E escondeu no vestido uma poção que tinha feito e cujo objetivo era
teletransportar objetos ou pessoas. Mariana tentou teletransportar-se mas não
conseguiu. A casa devia estar protegida.
De repente, o feiticeiro entrou
no quarto mas ela ainda teve tempo de arrumar rapidamente os livros.
Sem desconfiar, o feiticeiro perguntou com ar provocador:
Sem desconfiar, o feiticeiro perguntou com ar provocador:
-Já descobriste alguma coisa para
sair desta casa?
-Não. – disse a Mariana mentindo.
O feiticeiro foi-se embora e a
menina, com medo que ele voltasse, procurou novamente uma saída.
Quando já estava muito cansada,
deitou-se no chão. Deitada no chão reparou num código escrito no teto. Para o
decifrar esse código tinha de ir buscar os livros precisos. Ao juntar alguns
livros, viu uma porta secreta. Entrou lá dentro, passou um estreito corredor, e
viu outra porta onde estava escrito em letras pequenas:
“AVALIA A MINHA CASA EM ESTRELAS!”
Mariana classificou a casa do feiticeiro
com zero estrelas pois não gostava dela. Nada aconteceu. Resolveu mudar a
avaliação para o máximo e a porta abriu-se para a rua. Estava um belo dia de
sol!
Já na rua Mariana
teletransportou-se para casa pois ainda era longe e viveu magicamente feliz
para sempre.
Sofia Costa
N.º 28 6.º G
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