Respondendo ao repto lançado pela Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Sintra Ocidental, e no âmbito da Comemoração do Aniversário da Convenção dos Direitos da Criança, a Biblioteca Escolar D. Carlos I dedicou a manhã do dia 13 de novembro ao desenvolvimento de atividades que tiveram por objectivo sensibilizar para tomada de consciência das crianças, jovens e toda a comunidade sobre a convenção dos direitos das crianças.
Assim, a partir da exploração do livro Os Direitos das Crianças de Luísa Ducla Soares, os alunos do 5.º B tiveram a oportunidade de dar a sua opinião e tirar dúvidas sobre o conteúdo dos 54 artigos da Convenção Internacional dos Direitos da Criança.
Os mesmos alunos foram alertados para o facto de que esta convenção, que visa proteger bebés, crianças e adolescentes até aos 18 anos, foi aprovada há apenas 29 anos, a 20 de novembro de 1989.
Nesta sessão foi ainda frisada a existência do dia 18 de novembro, dia Europeu para proteção das crianças contra a exploração sexual e o abuso sexual (art. 34 da Convenção dos Direitos da Criança e Convenção de Lanzarote).
Na segunda parte da atividade e com vista à criação de um ESTENDAL DOS DIREITOS, cada um dos alunos ilustrou um dos direitos da criança definidos pela pena criativa de Pedro Strecht, médico de Psiquiatria da Infância e da Adolescência, e designados por “Alguns direitos, muitas ingenuidades”.
A Equipa de Intervenção Precoce, também participante neste desafio, juntou as suas roupinhas às elaboradas pelo 5.º B, tornando este estendal ainda mais apelativo.
“Alguns direitos, muitas ingenuidades”
da autoria de Pedro Strecht
“Todas as
crianças com mais de cinco anos têm direito a desabafar.
Todas as
crianças até aos onze ou doze anos têm direito a andar grátis no Carrocel
quando estão de férias.
Todas as
crianças que andam na Escola têm direito a serem alegres, terem amigos e a
brincarem com os outros. Têm direito a ter uma Professora que não grite com
elas.
Todas as
crianças têm direito a ver o mar verdadeiro, especialmente em dia de maré
vazia.
Todas as
crianças têm direito a, pelo menos uma vez na vida, escolher um chocolate que
lhes apeteça.
Todas as
crianças têm direito a terem orgulho na sua existência.
Todas as
crianças têm direito a pensar e a sentir como lhes manda o coração, até serem
velhas, aí com uns vinte anos.
Todas as
crianças têm direito a terem em casa o Pai e a Mãe, os irmãos, se houver, e
comida. Se o Pai e Mãe não conseguirem viver juntos têm direito a que cada um
deles respeite o outro.
Todas as
crianças têm direito a deitarem-se no chão para ver as nuvens passar,
imaginando formas de todos os bichos do Mundo combinadas com as coisas que
quiserem (por exemplo, um cão a andar de patins ou uma girafa de orelhas
compridas).
Todas as
crianças têm direito a começarem uma coleção não interessa de quê.
Todas as
crianças têm direito a chupar o dedo indicador que espetaram num bolo acabado
de fazer ou então lamber a colher com que raparam a taça em que ele foi feito.
Todas as
crianças têm direito a tentarem manter-se acordadas até tarde numa noite de
Verão, na esperança de verem uma estrela cadente e pedirem três desejos (a
justiça devia fazer acontecer sempre pelo menos um).
Todas as
crianças têm direito a escrever ou a falar uma linguagem inventada por elas (ou
que julgam inventada por elas), como por exemplo a «linguagem dos pês»:
«apalinpingupuapagempem dospos pêspês».
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