quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

ESCRITA CRIATIVA

Primeiro dia de aulas depois da interrupção do Natal…

Época de concretizações, desejos, sonhos…

                                                                                 Professora Joana Pedras


Sentir a areia infiltrar hesitantemente o seu calor nos meus pés foi, naquele solarengo dia, como um banho gelado, apagando naquelas dunas as mágoas da semana anterior.

Permiti ao meu olhar passear-se pelo manto amarelo que ao longe beijava o azul cristalino do mar. Como que numa hipnose, causada por todo aquele ambiente, senti o cheiro marítimo, tocado pelo verde das algas no meu nariz, os raios de sol, estendendo-se desde a minha pele ao horizonte e as ondas rebentando nos meus ouvidos... No meio de todo aquele transe comecei a caminhar…Aquele azul marítimo chamava-me com o seu canto ribombante, com o seu salgado aroma, com o seu fresco encanto.

Toda esta beleza acabou, no entanto para minha infelicidade, naquele mesmo momento, quando uma dor aguda invadiu o meu corpo, chegando diretamente a partir dos dedos do meu pé. Levantei então o objeto dourado, culpado de toda aquela agonia.

-Uma lamparina!- pensei. enquanto imagens de génios, desejos e quantias inimagináveis de ouro se formavam na minha imaginação. Não pude evitar esboçar um leve sorriso, divertido com a minha inocência perante tal objeto.

As minhas feições sofreram, no entanto, uma rápida metamorfose quando da lamparina algo se libertou. Instintivamente atirei-a enquanto contemplava para meu terror uma forma bem definida de um homem de tons azulados, luxuosamente vestido formar-se, envolta numa névoa que num instante substituiu o aroma do mar por um forte cheiro desértico.

-Cumprimentos jovem amigo! - disse ele com um sorriso aberto no rosto enquanto me estendia a sua mão num gesto casual - Pedirá o seu desejo em breve ou poderei voltar ao meu descanso na minha agradável lamparina?

    Não sei o quão desentendida foi a cara que fiz naquele momento, o certo é que ele acabou a dar-me uma detalhada explicação do que tinha de fazer para pedir um desejo, no fim da qual, não tive outra reação se não rir-me. A cara do tal génio, completamente fechada, fez-me retomar rapidamente a compostura.

-Estou à espera - limitou-se a dizer, retirando do colete um relógio gigantesco onde apontou as horas.

    Fui por fim contagiado por toda aquela idiota seriedade e acabei a pedir o fim de toda aquela mágoa que antes na areia tinha por momentos afogado. Uma lágrima desceu timidamente do meu olho e sem ter de dizer mais nada, apenas mantendo a ideia no meu pensamento o ambiente alterou-se, o azul do mar foi substituído pelas brancas paredes do meu quarto e a areia cristalina foi substituída por um chão de madeira, tão bem por mim conhecido. Instintivamente olhei para o calendário e com uma chama de esperança no meu peito vi que as consultas de psicologia se tinham sumido das terças-feiras.

Subitamente uma brisa que apenas inflamou essa chama atravessou o ar na forma das palavras de minha mãe, banhadas numa doce serenidade: 

         - Querido vem jantar, o teu pai e a tua irmã já aqui estão à tua espera…

    "O teu pai está aqui", pensei enquanto as minhas lágrimas finalmente se desprendiam agora totalmente dos meus olhos, molhando o meu sorriso. Caminhei até à cozinha, tremendo de excitação, vendo então o mundo outrora desfeito reconstruído ao ver o meu pai e a minha mãe, lado a lado, sentados, com sorrisos desenhados nos seus lábios esperando por mim…

Lucas Lobo – 8.º C


    O sol brilhava como fogo e o céu estava lindo e azulado. O mar batia nas rochas com força e a areia queimava os pés. 

     Eu estava a passear pela praia e não resisti a molhar o corpo. A água estava fria, brilhante, limpa e pura. Como poderia alguém não dar um mergulho?! 

     Mal sentia os meus pés e quando dei por isso tinha a água pela cintura.

     De repente, vi algo a brilhar mais que o sol, tinha que o ter! Seria ouro? Ou uma embalagem brilhante? Tinha de descobrir…  Quando o tirei da água, aquele tesouro revelou a sua verdadeira forma. Não passava de uma lamparina ferrugenta, mas em mim, que sempre vi filmes sobre magia, experimentei esfregá-la. De súbito, saiu um génio da lamparina… Tinha a pele azulada e os olhos de ouro.

  Sem eu esperar, disse-me que, por tê-lo libertado, ia concretizar um desejo meu...Não podia acreditar, mas mesmo assim pedi para que o mundo fosse perfeito: sem guerra, fomes ou doenças… Apenas perfeito!

     O génio estalou os dedos e deixei de sentir por completo as minhas pernas…Depois, deixei de sentir as minhas mãos. Entrei em pânico, olhei à minha volta e as pessoas começaram a desaparecer…

  Compreendi tudo, e antes de tudo acabar, dei um mergulho para sentir a água pela última vez…

 

Maria Rita Frota – 8.º C



A areia estava quente, o mar azul e calmo, tão calmo como a minha professora de português…O sol a brilhava e o céu estava claro como nunca.

Nesse dia, estava eu na praia com os meus amigos quando decidi ir caminhar com o meu amigo Vasco, mais conhecido como Vascão. Estávamos a andar, há relativamente algum tempo, quando, de repente, uma enorme onda veio… A onda, que era tão grande como um prédio de sete andares, caiu sobre nós, trazendo com ela uma lâmpada… Para nosso espanto, do interior da lâmpada saiu um génio, dizendo:

-Rapaz, vejo que me encontraste e, por isso, irei conceder-te um desejo!

Depois de muito pensar, lembrei-me daquela aula de português e disse: 

-Senhor génio, o meu desejo serão cinco selos do “Continente”.

O génio ficou incrédulo, pois nunca ninguém tinha apresentado um desejo como aquele...

-Mas rapaz, podes pedir tudo o que quiseres e vais pedir isso? -perguntou ele.

-Sim, é um desejo para uma pessoa especial, a minha luz na escuridão… -respondi eu.

-Sendo assim, tudo bem, desejo concedido. -disse o génio, desaparecendo por entre as ondas com a sua lâmpada.

Devo explicar que pedi este desejo para a minha professora de português, visto que gosto muito dela e das suas aulas e também sei que a professora queria os selos para poder comprar a “panela” dos seus sonhos… Missão cumprida!


Gonçalo Parracho –  8.º B


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