Primeiro dia de aulas depois da interrupção do Natal…
Época de concretizações, desejos, sonhos…
Professora Joana Pedras
Sentir a areia infiltrar hesitantemente o seu calor nos meus pés foi, naquele solarengo dia, como um banho gelado, apagando naquelas dunas as mágoas da semana anterior.
Permiti ao meu olhar passear-se pelo manto amarelo que ao longe beijava o azul cristalino do mar. Como que numa hipnose, causada por todo aquele ambiente, senti o cheiro marítimo, tocado pelo verde das algas no meu nariz, os raios de sol, estendendo-se desde a minha pele ao horizonte e as ondas rebentando nos meus ouvidos... No meio de todo aquele transe comecei a caminhar…Aquele azul marítimo chamava-me com o seu canto ribombante, com o seu salgado aroma, com o seu fresco encanto.
Toda esta beleza acabou, no entanto para minha infelicidade, naquele mesmo momento, quando uma dor aguda invadiu o meu corpo, chegando diretamente a partir dos dedos do meu pé. Levantei então o objeto dourado, culpado de toda aquela agonia.
-Uma lamparina!- pensei. enquanto imagens de génios, desejos e quantias inimagináveis de ouro se formavam na minha imaginação. Não pude evitar esboçar um leve sorriso, divertido com a minha inocência perante tal objeto.
As minhas feições sofreram, no entanto, uma rápida metamorfose quando da lamparina algo se libertou. Instintivamente atirei-a enquanto contemplava para meu terror uma forma bem definida de um homem de tons azulados, luxuosamente vestido formar-se, envolta numa névoa que num instante substituiu o aroma do mar por um forte cheiro desértico.
-Cumprimentos jovem amigo! - disse ele com um sorriso aberto no rosto enquanto me estendia a sua mão num gesto casual - Pedirá o seu desejo em breve ou poderei voltar ao meu descanso na minha agradável lamparina?
Não sei o quão desentendida foi a cara que fiz naquele momento, o certo é que ele acabou a dar-me uma detalhada explicação do que tinha de fazer para pedir um desejo, no fim da qual, não tive outra reação se não rir-me. A cara do tal génio, completamente fechada, fez-me retomar rapidamente a compostura.
-Estou à espera - limitou-se a dizer, retirando do colete um relógio gigantesco onde apontou as horas.
Fui por fim contagiado por toda aquela idiota seriedade e acabei a pedir o fim de toda aquela mágoa que antes na areia tinha por momentos afogado. Uma lágrima desceu timidamente do meu olho e sem ter de dizer mais nada, apenas mantendo a ideia no meu pensamento o ambiente alterou-se, o azul do mar foi substituído pelas brancas paredes do meu quarto e a areia cristalina foi substituída por um chão de madeira, tão bem por mim conhecido. Instintivamente olhei para o calendário e com uma chama de esperança no meu peito vi que as consultas de psicologia se tinham sumido das terças-feiras.
Subitamente uma brisa que apenas inflamou essa chama atravessou o ar na forma das palavras de minha mãe, banhadas numa doce serenidade:
- Querido vem jantar, o teu pai e a tua irmã já aqui estão à tua espera…
"O teu pai está aqui", pensei enquanto as minhas lágrimas finalmente se desprendiam agora totalmente dos meus olhos, molhando o meu sorriso. Caminhei até à cozinha, tremendo de excitação, vendo então o mundo outrora desfeito reconstruído ao ver o meu pai e a minha mãe, lado a lado, sentados, com sorrisos desenhados nos seus lábios esperando por mim…
Lucas Lobo – 8.º C
O sol brilhava como fogo e o céu estava lindo e azulado. O mar batia nas rochas com força e a areia queimava os pés.
Eu estava a passear pela praia e não resisti a molhar o corpo. A água estava fria, brilhante, limpa e pura. Como poderia alguém não dar um mergulho?!
Mal sentia os meus pés e quando dei por isso tinha a água pela cintura.
De repente, vi algo a brilhar mais que o sol, tinha que o ter! Seria ouro? Ou uma embalagem brilhante? Tinha de descobrir… Quando o tirei da água, aquele tesouro revelou a sua verdadeira forma. Não passava de uma lamparina ferrugenta, mas em mim, que sempre vi filmes sobre magia, experimentei esfregá-la. De súbito, saiu um génio da lamparina… Tinha a pele azulada e os olhos de ouro.
Sem eu esperar, disse-me que, por tê-lo libertado, ia concretizar um desejo meu...Não podia acreditar, mas mesmo assim pedi para que o mundo fosse perfeito: sem guerra, fomes ou doenças… Apenas perfeito!
O génio estalou os dedos e deixei de sentir por completo as minhas pernas…Depois, deixei de sentir as minhas mãos. Entrei em pânico, olhei à minha volta e as pessoas começaram a desaparecer…
Compreendi tudo, e antes de tudo acabar, dei um mergulho para sentir a água pela última vez…
Maria Rita Frota – 8.º C
A areia estava quente, o mar azul e calmo, tão calmo como a minha professora de português…O sol a brilhava e o céu estava claro como nunca.
Nesse dia, estava eu na praia com os meus amigos quando decidi ir caminhar com o meu amigo Vasco, mais conhecido como Vascão. Estávamos a andar, há relativamente algum tempo, quando, de repente, uma enorme onda veio… A onda, que era tão grande como um prédio de sete andares, caiu sobre nós, trazendo com ela uma lâmpada… Para nosso espanto, do interior da lâmpada saiu um génio, dizendo:
-Rapaz, vejo que me encontraste e, por isso, irei conceder-te um desejo!
Depois de muito pensar, lembrei-me daquela aula de português e disse:
-Senhor génio, o meu desejo serão cinco selos do “Continente”.
O génio ficou incrédulo, pois nunca ninguém tinha apresentado um desejo como aquele...
-Mas rapaz, podes pedir tudo o que quiseres e vais pedir isso? -perguntou ele.
-Sim, é um desejo para uma pessoa especial, a minha luz na escuridão… -respondi eu.
-Sendo assim, tudo bem, desejo concedido. -disse o génio, desaparecendo por entre as ondas com a sua lâmpada.
Devo explicar que pedi este desejo para a minha professora de português, visto que gosto muito dela e das suas aulas e também sei que a professora queria os selos para poder comprar a “panela” dos seus sonhos… Missão cumprida!
Gonçalo Parracho – 8.º B
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