Decorreram no dia 13 de outubro de 2022 as três primeiras sessões do projeto Clube de Leitura nas Escolas (CLE) respetivamente nas turmas do 5.º A e 5.º H e 5.º G.
A Biblioteca Escolar D. Carlos I aceitou o desafio lançado pelo PNL de criar um espaço dedicado à partilha e socialização da leitura de um mesmo livro, onde professores e alunos possam questionar-se, pôr em comum as suas reflexões sobre os textos e debater os seus gostos acerca dos livros lidos.
Dinamizar Clubes de Leitura é sempre uma forma de promover a leitura e de motivar para a leitura, com relação quer com a leitura orientada em sala de aula, quer com a leitura autónoma e partilhada, sejam estes realizados de forma presencial ou à distância. Como indica a ideia que subjaz ao projeto, a leitura não tem de ser obrigatoriamente uma atividade solitária. Através deste ponto de encontro e do debate das obras selecionadas, os alunos têm a possibilidade de melhorar as suas competências literácitas, partilhar experiências, desenvolver o sentido crítico, e sobretudo de se fazerem leitores!
Considerando os gostos e interesses
dos alunos, a obra escolhida para as primeiras sessões foi Mouschi,
O Gato de Anne Frank de José Jorge Letria. O livro conta a triste
história de Anne Frank, do ponto de vista do seu gato Mouschi e apresenta
magníficas ilustrações de Danuta Wojciechowska.
Para quem desconhece, Mouschi existiu mesmo e foi levado para o anexo por Peter van Pels, um jovem companheiro de cativeiro de Anne Frank. Através dos olhos amorosos de Mouschi é possível vislumbrar o que viveu este grupo de pessoas escondidas do terror Nazi e sobretudo conhecer a perspetiva do mundo e da tragédia vivida por Anne Frank.
Num exercício de intertextualidade os alunos foram convidados a comparar a leitura do livro de Letria com O Diário de Anne Frank em quadradinhos numa adaptação de Ari Folman e belíssimas ilustrações de David Polonski, tendo apontado diferenças e pontos comuns nas duas adaptações da história.
A sessão, conduzida pela Professora Bibliotecária da EB D. Carlos I, partiu da explicação do conceito de diário para a análise das personagens e dos eventos, confluindo num debate apaixonado entre alunos e entre professores e alunos sobre o Nazismo, o antissemitismo que grassa nos tempos atuais, o espírito resiliente e estóico dos Judeus e a sua capacidade de renascer das cinzas com perdão e revigorado fulgor.
Algumas crianças revelaram as suas origens Judaicas, outras falaram de trabalhos realizados sobre a perseguição aos Judeus, outros falaram de filmes que viram sobre o que se designou de “banalização do mal” e outras ainda exprimiram a sua incredulidade para com o maior holocausto vivido pelos seres humanos.
O tempo foi curto para tanto que
se disse e ficou por dizer. A sensação geral foi a de que é mesmo bom ler e depois
partilhar leituras e opiniões. Acima de tudo homenageou-se o legado de Anne
Frank e da sua crença inabalável nos seres humanos [“Apesar de tudo eu ainda
creio na bondade humana!”] e demonstrou-se como a leitura e o conhecimento nos
podem fornecer importantes ferramentas para uma cidadania mais justa e
igualitária.
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