Decorreram nos dias 26 de janeiro – 5.º G e 5.º H – e 16 de março – 5.º A – de 2022, mais três sessões do projeto CLE, Clubes de Leitura na Escola, nas turmas do 5.º ano.
Contado através do ponto de vista de Rui, a personagem
principal, a obra é um alerta para a condição feminina e a tão desejada
igualdade de géneros.
Depois de desmistificadas expressões como “ajudar a mulher em casa” ou “abandonar os filhos para ir trabalhar” e onde foi fácil verificar como as palavras são importantes na representação das ideias e na perpetuação de estereótipos, os alunos encetaram um diálogo sobre a igualdade de géneros na sociedade atual, constatando o muito que há ainda a fazer para mudar estes contínuos atropelos aos direitos das mulheres aprisionadas numa infindável dupla jornada.
Basta ver as campanhas que pretendem sensibilizar a sociedade para a necessidade da partilha do tempo de trabalho pago e do tempo dedicado ao cuidado ou tarefas domésticas, basta ver que há em Portugal uma Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego que luta diariamente para mostrar que a igualdade é fundamental no equilíbrio da sociedade.
Estudos recentes comprovaram que entre cozinhar, passar a ferro e cuidar dos filhos, as mulheres portuguesas afetam todos os dias mais de 1h30m ao trabalho doméstico do que os homens. Isto, mesmo nos casais em que ambos trabalham fora de casa e partilham as despesas.
A perceção destas desigualdades é mínima pelo facto de estas práticas estarem de tal forma enraizadas na sociedade. As mulheres abdicam muito mais do que os homens do tempo para si próprias e deixam de fazer coisas que também lhes dariam gratificação.
Ao colocar-se “fora de serviço” Isabel está a lutar contra esta naturalização do que continua a ser socialmente esperado das mulheres e a chamar a atenção para as injustiças que rodeiam a condição feminina.
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