Decorreram nos dias 19 de janeiro – 6.º C –, 24 e 31 de janeiro – 6.º G –e 15 de fevereiro – 6.º B –, quatro sessões relativas ao 2.º livro a explorar nos CLE – Clubes de Leitura na Escola.
"Uma indiscutível obra-prima." Foi assim que José Saramago descreveu a obra O Homem que Plantava Árvores e por isso este best-seller internacional foi o quarto livro escolhido para ser trabalhado nos Clubes de Leitura do 6.º ano.
Há 40 anos um homem caminhava pelas montanhas dos Alpes, mais exatamente na região da Provença, ao sul do rio Drôme, e depara-se com um cenário desértico, pontuado apenas por alfazemas silvestres. Na verdade a região não era mais do que "um sem-fim de terras despidas e monótonas" a 1000 ou 1200 metros de altitude.
Ao pernoitar junto deste solitário e silencioso pastor, o viajante, de quem nunca se sabe o nome, assiste ao curioso hábito deste homem de escolher diariamente 100 bolotas perfeitas para plantar no dia seguinte.
Em breve descobre que este aparentemente insignificante homem de poucas falas, houvera plantado 100.000 bolotas em três anos, das quais 20.000 tinham vingado mas apenas 10.000 iriam crescer.
Após a 1.ª Guerra Mundial e cerca de cinco anos após este primeiro encontro, o viajante regressa a estas terras para descobrir que Elzéard Bouffier cuidava agora de uma centena de colmeias porque os rebanhos punham em perigo as suas plantações de carvalhos.
Surpreendemente verifica a existência de uma floresta de carvalhos que se estendia por 11 quilómetros e até um bosquezinho de bétulas com cinco anos e, graças a uma reação natural em cadeia, pequenos riachos "que a memória dos homens sempre recordara secos"!
Em 12 meses Elzéard Bouffier plantara também mais de 10 000 olmos que infelizmente morreram todos. Passado um ano voltaria a dedicar-se às faias que provariam vingar melhor do que os carvalhos.
E o vento que outrora golpeava as telhas e ensandecia os homens, ajudava agora a espalhar as sementes. E havia salgueiros, juncos, prados, jardins, flores, e pela primeira vez, uma certa razão de viver!
A descoberta do resultado da obra assombrosa deste "Atleta de Deus", permite-lhe concluir que "Os seres humanos podem ser tão eficazes como Deus, com outra finalidade que não a destruição."
Aquando da 2.º Guerra Mundial, já Elzéard Bouffier se encontrava a 30 km do ponto inicial, a obra deste homem que "descobrira uma maneira fabulosa de ser feliz" corre perigo. Os automóveis moviam-se agora a gasogénio e os carvalhos plantados começaram a ser cortados para queimar. Felizmente como o acesso a tão remoto lugar se tornara dispendioso, os seus robustos carvalhos puderam prosperar.
O explorador, que decidira visitar este emissário divino todos os anos desde 1920, vem prestar-lhe uma última visita, e em 1945, o velho pastor tinha agora 87 anos, encontra, em vez do vento fustigante que soprava sobre a aridez, uma brisa suave e carregada de odores.
Pela primeira vez ouvia-se o vento da floresta e o sussuro da água a correr para uma represa. Uma tília, símbolo da ressurreição, indicava que a esperança regressara a Vergons. E havia campos de cevada e centeio, prados verdejantes, bosques repletos de áceres e tapetes de hortelã. E até as antigas nascentes voltaram a jorrar.
Graças ao milagre produzido por um único homem, as aldeias foram reconstruídas, podendo dizer-se que "10.000 pessoas deviam a sua felicidade a Élzéard Bouffier"!
Em 1947 Élzéard Bouffier morre no hospital de Banon.
O narrador inicia a sua obra dizendo "Para que o carácter de um homem evidencie qualidades verdadeiramente excepcionais, é preciso ter a sorte de o observar de perto durante anos. Caso o seu comportamento se revele despojado de egoísmo, se as ideias que o norteiam manifestarem uma generosidade inesgotável, se for evidente que não busca nenhuma recompensa e que, além do mais, deixou no mundo a sua marca indelével, encontramo-nos, sem sombra de dúvida, diante de uma personalidade única."
Ora, após conhecer a história de Elzéard Bouffier, facilmente se pode constatar que o mesmo preenchia todos estes requisitos e era por conseguinte um homem a todos os títulos excepcional!
Graças à "mão humana e alma de um único homem", foi possível transformar uma terra ardente, despida e monótona, numa terra de Canaã verdejante onde reinava a serenidade, a beleza e sobretudo a esperança.
Na segunda parte da atividade os alunos tiveram a oportunidade de assistir ao filme de Fréderick Back com o mesmo nome e que ganhou o Óscar de melhor curta-metragem em 1987.
6.º C_19 DE JANEIRO 2023
6.º G_24 DE JANEIRO 2023
Mais de vinte mil desenhos feitos à mão em acetato fosco (lápis de cor à base de cera; pastel; tinta), e que demoraram cinco anos a construir, foram precisos para construir esta belíssima animação que surge com a aparência de um sonho.
Para além desta forte dimensão onírica, o filme destaca-se pelo facto de imagem, voz e movimento agirem como um só elemento. A voice over do narrador - que aqui também funciona como personagem-, não se resume ao papel de legenda do que vamos vendo. Quando aquele mundo cruel e árido se transforma num mundo com mais vida e cor, quando as sementes cuidadosamente plantadas pelo pastor Bouffier formam um oásis, voz, desenhos e movimento transformam-se numa só coisa.
O mais belo neste filme é a memória caprichosa que reconta com a fluidez do sonho. As imagens transmutam-se, acumulam-se, diluem-se umas nas outras. É o espaço do sonho, mas de um sonho fluído: ovelhas pastando que se transmutam em soldados da Primeira Grande Guerra; uma floresta-gota, transforma-se numa onda e depois num vasto oceano; fumo de explosões que se transforma em cadáveres, destroços e esqueletos de animais. É uma tapeçaria onírica onde um desenho se torna noutro desenho que por sua vez se transmuta noutro desenho, numa sucessão que abranda apenas nos momentos mais violentos para obrigar o espetador a reparar no absurdo dos atos humanos e a refletir sobre eles.
E a mensagem, a mesma do livro, é a de um jovem que recolhe um ensinamento e pretende transmiti-lo ao público para que ele copie o exemplo do heróico pastor que foi capaz de dar vida a um deserto!
"Baseado no belíssimo conto do francês Jean Giono, de 1953, a animação conta a estória de Elzéard Bouffier, um pastor de ovelhas que durante anos cultivou uma floresta esplendorosa numa área desértica da França. Com as suas próprias mãos e uma generosidade sem limites, desconsiderando o tamanho dos obstáculos, ele faz, do nada, surgir uma floresta inteira – com um ecossistema rico e sustentável. Uma história inesquecível sobre o poder que o ser humano tem de influenciar o mundo à sua volta."
TEXTOS DE OPINIÃO
Primeiramente, gostei muito do texto que tem uma mensagem muito bonita sobre a atitude das pessoas em relação à natureza.
O pastor conseguiu mudar por completo aquela terra deserta para uma linda floresta cheia de vários tipos de árvores e flores. Isto mostra que quando uma pessoa quer, ela consegue.
Um ser humano não precisa de falar para expressar os seus sentimentos, as suas ações dizem tudo. Elzéard Bouffier mudou tudo!
Todas as pessoas que viviam lá teriam de agradecer a Elzéard Bouffier pela sua generosidade.
A minha personagem favorita é Elzéard Bouffier, o pastor, por vários motivos. Ele foi uma pessoa muito generosa que ajudou muito no impacto positivo sobre a Natureza e acho que muita gente poderia seguir o seu exemplo.
Todos, de alguma forma, temos impacto em qualquer coisa, mesmo na menor das coisas. Se uma pessoa planta uma pequena flor, por mais pequena que ela seja, essa pessoa está a ajudar o planeta com a sua parte. E se todos fizermos a nossa parte, podemos ir muito longe.Mas assim como podemos fazer muitas coisas benéficas para o nosso planeta, também podemos fazer muitas coisas prejudiciais. Infelizmente, a cada dia que passa, a nossa “casa” fica cada vez mais destruída.
Constança Vicente Oliveira 6.º G
Esta história passa-se nos Alpes onde o autor se decide aventurar. Um pouco depois encontra um pastor que, pela sua descrição dele, era muito solitário.
Percebi logo que o pastor tinha um bom coração quando este lhe deu água e o deixou ir a casa dele.
O pastor faz-me lembrar o avô da “Heidi” pois independentemente de morar sozinho, tinha tudo muito arrumado.
Gostei da parte em que ele separa as bolotas, pois mostra muito empenho em encontrar as bolotas “perfeitas”.
Já era um homem mais velho mas ainda com planos para mais à frente. Eu espero ser também assim. Faz-me confusão pessoas que chegam a uma certa idade e acham sempre que vão morrer no dia seguinte. Isso foi outra coisa de que gostei no pastor, ambicionava ter faias e bétulas.
Quando a Guerra acabou o viajante voltou lá, e percebeu que a Guerra não tinha feito com que ele parasse. Agora tinha abelhas e já só 4 ovelhas pois as ovelhas não eram boas para os carvalhos. Outra coisa que se nota é que o pastor não tem medo de arriscar.
Para finalizar eu achei super engraçado quando o Guarda-florestal vai visitá-lo.
Nesta história aprendi que não importa quantos são ou se és só um. O que importa é a tua dedicação que o resto vem por acréscimo.
Francisco Valente 6.º G
Na minha opinião a história foi mesmo espantosa.
O pastor estava a 1200/1300m de atitude quando começou a sua jornada, numa terra despovoada, nua e monótona, onde apenas a alfazema florescia.
O pastor foi buscar bolotas. E examinou-as e separou as boas das más.
O pastor era tão focado naquilo que fazia que plantou ali 100 mil carvalhos. Há 3 anos que plantava árvores naquela região deserta, sozinho. Das 100 mil que tinha plantado, 20 mil já tinham nascido. Chegou a plantar 10.000 olmos mas infelizmente morreram todos.
Na antiga aldeia vivia-se tão mal que nem o clima ajudava, e até havia surtos de suicídios e homicídios.
Ele era tão feliz naquilo que fazia que até ignorou as duas Grandes Guerras que duraram quase cerca de quatro anos cada uma. Todas aquelas árvores nasceram nas mãos do pastor. “ Os homens podem ser tão eficazes como Deus”!
E quando a Segunda Grande Guerra acabou, o viajante regressou à aldeia. A partir de 1920, o viajante todos os anos visitava o pastor.
Mas este homem foi tão importante que transformou a sua aldeia de tal modo que, quando o viajante regressou, até o clima tinha mudado. Em vez de rajadas de vento, soprava uma brisa suave carregada de aromas e ouvia-se um som semelhante ao da água a correr: era o vento da floresta.O jovem ouviu o barulho da água a cair para uma bacia, viu uma ponte e reparou que junto à ponte tinham plantado uma tília, símbolo de renascimento.
Elzéard Bouffier morreu em 1947 no asilo de Banon.
João Modesto 6.º G
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