“Da biologia à física, da química à biologia ou à matemática, as leituras e as experiências vão-se entrelaçando e colhem de espanto alunos e professores, atraindo grupos-turma à biblioteca”.
Decorreu no dia 2 de novembro mais uma sessão do projeto “Newton Gostava de Ler”. O pano de fundo foi mais uma vez a biodiversidade da manta-morta e contou com a participação dos alunos do 5.º D que vieram brincar aos naturalistas.
A metodologia foi a já habitual neste projeto, partindo-se da leitura e exploração de um recurso literário, criam-se pontes para a realização de pequenas experiências científicas.
E diga-se que não poderia haver recurso mais divertido do que a obra Há um cabelo na minha terra! - Uma História de Minhocas de Gary Larson. Apesar de aparentar ser um normal livro infantil, esta obra surpreende pelo humor negro e cáustico como descreve a nossa perspetiva romântica e idealizada do mundo natural e nos confronta com a realidade difícil e lúgubre dos seres vivos, inclusive os da raça humana.
A história começa uns centímetros abaixo do chão, quando um filhote de minhoca, ao jantar, descobre que tem um cabelo no seu prato de terra. Fica bastante irritado, tal como nós humanos quando encontramos cabelos na nossa comida, e desata a lamentar-se pela sua existência miserável e sombria. Para acalmar a crise existencial do filho, o pai minhoca decide contar-lhe uma história inspiradora para as minhocas e outros invertebrados do planeta terra.
A história, tão hilariante quanto sarcástica, conta a saga da feia mas bondosa Henriqueta, que graças ao seu desconhecimento do mundo natural e visão idílica dos animais e da Natureza, acaba por provocar terríveis catástrofes nas suas deambulações pela floresta.
Depois da narração desta verdadeira fábula dos tempos modernos do mestre do humor Gary Larson, foi tempo de os alunos assimilarem alguns conceitos teóricos, nomeadamente os principais grupos taxonómicos, aprendendo a distinguir entre anelídios, artrópodes e moluscos e quais os invertebrados que se incluem em cada um destes três grandes grupos.
O terceiro momento deste encontro consistiu na divisão da turma em quatro grupos que se aventuraram na realização de uma atividade experimental para a qual foi necessário manta-morta, pinças e lupas.
A descoberta de uma enorme diversidade de invertebrados escondidos na terra húmida e escura, sobretudo rechonchudos e bem vivos anelídeos da classe das Aligoquetas e espécie Allolobophora caliginosa - as também comummente denominadas minhocas -, provocou alguns gritinhos de horror, bastante espanto e muita excitação geral.
Munidos de pinças e lupas e esgravatando na terra, os pequenos naturalistas observaram invertebrados e preencheram folhas de registo com as suas principais características morfológicas por forma a apurar os respetivos grupos taxonómicos. A tarefa concluiu-se com o desenho das espécies em análise.
Por fim todos puderam observar as gordas minhocas na lupa biocular e espantar-se com a sua anatomia anelada.
Os alunos do 5.º D foram naturalistas por um dia!
5.º D
Ilustração de alguns dos seres vivos analisados:
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