No dia 7 de maio de 2025, no âmbito do projeto “Teatro à Solta – o Teatro Vai à Escola” da Câmara Municipal de Sintra, e com o intuito de apoiar o desenvolvimento do currículo da disciplina de Português e consolidar o conhecimento de Gil Vicente, as turmas do 9.º B; 9.º C, 9.º D, 9.º E e AFAC, tiveram a oportunidade de assistir à peça teatral "Auto da Índia" pela companhia teatral Capítulo Reversível.






No final da magnífica representação, houve ainda lugar para um diálogo entre os atores e o jovem público onde se contextualizou o tema da obra e se discutiram algumas das intenções do texto vicentino.
"O "Auto da Índia" é uma peça do seu tempo, passada numa altura em Portugal sofria grandes transformações socioeconómicas; numa altura em que os portos estavam constantemente cheios de embarcações que chegavam e partiam, em que os cais eram inundados com mercadorias nunca antes vistas e com estrangeiros que vinham de todos os cantos da Europa para as comprar.
Há, contudo, uma certa ironia no uso do título da peça, pois ela não fala sobre a expansão ultramarina na Índia e muito menos a glorifica como outras obras da altura, sobretudo “Os Lusíadas”, que Camões escreveria 70 anos depois.
Gil Vicente, como autor satírico que era, preferiu explorar as suas consequências nas relações matrimoniais, expondo, de forma cómica, aquilo que ocorria entre os casais em que o marido passava longos meses em alto mar e a mulher ficava sozinha em casa. Curiosamente Camões expressaria a mesma ideia na sua obra "Os Lusíadas" no episódio conhecido como "O Velho do Restelo", levantando a dúvida se teria ou não visto uma representação desta peça de Gil Vicente."
SINOPSE[Em pleno apogeu dos Descobrimentos portugueses, parte uma armada do Cais do Sodré, rumo à Índia, cheia de homens que procuram fortuna. Ficam em terra, sozinhas e abandonadas à sua sorte, as mulheres. O que fazem estas na ausência dos maridos? E conseguirão eles regressar com a riqueza por que lutaram?]
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