sexta-feira, 29 de novembro de 2024
sexta-feira, 22 de novembro de 2024
REENCONTRO COM RODOLFO CASTRO _ O "PIOR" CONTADOR DE HISTÓRIAS DO MUNDO"!
A pedido dos professores de Português e com o intuito de aprofundar a narrativa, conteúdo temático lecionado em todos os 7.º anos, recebemos pela terceira vez na Biblioteca Escolar D. Carlos I, o escritor, contador de histórias e performer extraordinário Rodolfo Castro.
O modus operandi não diferiu muito daquele a que nos habituou. Apresentando-se como o pior contador de histórias do mundo, feito que tentou e não conseguiu, a formulação que se segue na cabeça de todos os presentes, no decorrer de uma sessão pautada pelo chicote das gargalhadas, é a de que foram enganados e este é provavelmente o melhor contador de histórias do mundo.
Este encontro apresentou contudo algumas novidades, com o escritor e contador de histórias a deixar retalhos íntimos da sua vida e da sua infância.
Começou por alertar para os perigos dos extremismos, e de como em todos os regimes autoritários, a primeira perseguição ser feita aos livros e à liberdade que eles nos concedem.
E foi graças a um livro que falava de uma revolução feita com cravos e de um país onde as pessoas podiam pensar e falar livremente, que acabou por vir contar histórias a Portugal e aqui permaneceu.
Com a sua expressividade ímpar aliada a um trabalho corporal e vocal burilados pelas muitas e muitas histórias que tem contado ao longo dos anos, Rodolfo Castro submergiu-nos numa espécie de realismo mágico com as cores e os cheiros da Argentina.
E no meio dos risos e das gargalhadas, e sem nos darmos conta disso, somos transportados para os bairros urbanos de Buenos Aires do final dos anos sessenta e para uma infância que caminhava sobre a pestilência da pobreza e as cicatrizes da ditadura militar. Um lugar onde as crianças jogavam à bola evitando os detritos dos cães e liam livros censurados às escondidas; um lugar onde os mortos se levantavam dos caixões para reivindicar o devido respeito e as crianças iam ao encontro de bruxas com sede de aventura.
E também sem darmos conta, já estamos a percorrer caminhos lamacentos e intermináveis que nos conduzem a uma aldeia no meio do nada, uma aldeia que poderia ter-se chamado Macondo mas dava as boas-vindas à Realidade; e logo depois encontramo-nos parados a olhar para a imensidão daquelas coisas negras que se mexem ao sabor dos muitos perigos que nela habitam e que são as florestas da América Latina.
Rodolfo Castro é a corporização da premissa, muitas vezes por si enunciada, que efetivamente "A leitura e a narração oral colocam enormes desafios para quem lê e quem conta, e estes desafios estimulam o desenvolvimento da imaginação, qualidade essencial para a dinâmica social, laboral e cultural de uma comunidade em crescimento.
Nas palavras do próprio Rodolfo Castro, "a leitura é um bem e um direito, e ouvir e contar contos faz parte essencial da cultura humana. A leitura dá-nos olhares e ferramentas para uma melhor interpretação da realidade e ajuda-nos a ser mais analíticos e mais críticos. A narração oral transforma o facto lido ou narrado num acontecimento significativo, lúdico e comunicativo de primeira ordem."
Com uma plateia ao rubro, Rodolfo Castro prometeu voltar para as comemorações da Semana da Leitura, mas desta vez para os alunos do Jardim de Infância e do 1.º Ciclo.
Vamos esperá-lo ansiosamente, com a certeza de que somos feitos de histórias e que Rodolfo Castro é a melhor pessoa para contá-las!
quinta-feira, 21 de novembro de 2024
2.º LIVRO DOS CLUBES DE LEITURA NA ESCOLA DO 5.º ANO
Decorreu no dia 21 de novembro de 2024, a segunda sessão do projeto CLE, Clubes de Leitura na Escola, na turma do 5.º B
Contado através do ponto de vista de Rui, a personagem
principal, a obra é um alerta para a condição feminina e a tão desejada
igualdade de géneros.
Depois de desmistificadas
expressões como “ajudar a mulher em casa” ou “abandonar os filhos para ir
trabalhar” e onde foi fácil verificar como as palavras são importantes na representação das ideias e na perpetuação de estereótipos,
os alunos encetaram um diálogo sobre a igualdade de géneros na sociedade atual,
constatando o muito que há ainda a fazer para mudar estes contínuos atropelos aos direitos
das mulheres aprisionadas numa infindável dupla jornada.
Basta ver as campanhas que pretendem sensibilizar a sociedade para a necessidade da partilha do tempo de trabalho pago e do tempo dedicado ao cuidado ou tarefas domésticas, basta ver que há em Portugal uma Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego que luta diariamente para mostrar que a igualdade é fundamental no equilíbrio da sociedade.
Estudos recentes comprovaram que entre cozinhar, passar a ferro e cuidar dos filhos, as mulheres portuguesas afetam todos os dias mais de 1h30m ao trabalho doméstico do que os homens. Isto, mesmo nos casais em que ambos trabalham fora de casa e partilham as despesas.
A perceção destas desigualdades é mínima pelo facto de estas práticas estarem de tal forma enraizadas na sociedade. As mulheres abdicam muito mais do que os homens do tempo para si próprias e deixam de fazer coisas que também lhes dariam gratificação.
Ao colocar-se “fora de serviço” Isabel está a lutar contra esta naturalização do que continua a ser socialmente esperado das mulheres e a chamar a atenção para as injustiças que rodeiam a condição feminina.
Para além de uma experiência de leitura prazerosa como são todas as que António Mota proporciona, o encontro permaneceu um exercício de cidadania ativa e um contributo para a formação integral dos alunos.
quarta-feira, 20 de novembro de 2024
OFICINA DE ARTES COM FILIPA CORREIA
Decorreram no dia 20 de novembro dois magníficos ateliers de artes com a escritora e ilustradora Filipa Correia para as duas salas do JI e para as turmas do 5.º A e 5.º E.
Filipa Correia, escritora e ilustradora de histórias infantis, desde cedo teve gosto pelas artes. Frequentou vários cursos de Desenho, Pintura, Escrita Criativa e Infantil, Ilustração e Pedagogia da Arte.
Desenvolveu o projeto das Oficinas Criativas que leva às escolas e bibliotecas em conjunto com a leitura dos livros.
E foram precisamente duas Oficinas Criativas que veio desenvolver na Biblioteca Escolar D. Carlos I, desta vez usando o barro como matéria-prima. Noutras ocasiões dinamiza também ateliers de ilustração, de pintura e de desenho.
Para além de conhecerem o método criativo a que recorre para realizar as suas impressionantes e belíssimas ilustrações, os alunos puderam meter a mão na massa, sujar-se, brincar, divertir-se, ao mesmo tempo trabalhando a motricidade fina e a imaginação.
Foram duas sessões muito agradáveis e que neste tempo tão tecnológico, nos fizeram recuar para a simplicidade das coisas puras e verdadeiras do antigamente.
1.ª SESSÃO COM AS SALAS 1 E 2 DO JARDIM DE INFÂNCIA
DA EB D. CARLOS I

