“Da biologia à física, da química à biologia ou à matemática, as leituras e as experiências vão-se entrelaçando e colhem de espanto alunos e professores, atraindo grupos-turma à biblioteca”.
Decorreram nos dias 16 e 23 de maio de 2024, mais duas sessões do Projeto “Newton Gostava de Ler” para os Núcleos de Consolidação com Desenvolvimento da EB D. Carlos I.
A obra trabalhada foi O Principezinho de Antoine de Saint-Exupéry. Le Petit Prince é uma novela do escritor, aviador aristocrata francês Antoine de Saint-Exupéry, originalmente publicada em inglês e francês em abril de 1943 nos Estados Unidos.
Como exercício de pré-leitura os alunos foram convidados a observar a famosa imagem da jiboia a digerir um elefante, a mesma que o Principezinho mostrava às pessoas grandes, perguntando se o seu desenho lhes metia medo, ao que invariavelmente elas respondiam com “ Porque havia um chapéu de meter medo?”. Demonstrando que ao contrário dos adultos que precisam sempre de explicações, ao ponto de uma criança se cansar de ter de lhes explicar tudo, muitas foram as hipóteses aventadas, tendo inclusive uma aluna descrito a imagem como uma cobra grávida.
Depois deste desafio inicial, os nossos convidados puderam ouvir a narração de alguns excertos desta obra poética que descreve a viagem de um pequeno príncipe de planeta em planeta, cada um sendo um pequeno mundo povoado com um único adulto, numa maravilhosa sequência criativa evocando não apenas os grandes contos de fadas de todos os tempos, como também o extravagante «Cidades Invisíveis» de Ítalo Calvino.
Ainda durante a primeira parte deste encontro os alunos puderam manusear uma semente verdadeira de embondeiro, das mesmas árvores gigantescas que ameaçavam o asteróide B-612.
Habitavam também o pequeno planeta três vulcões, dois ativos e um extinto. E foi esta existência que deu o mote para mais um fascinante novo módulo do projeto Newton: “ A Grande Erupção”.
Após o visionamento das partes que constituem o nosso planeta, núcleo, manta e crosta terrestre, os alunos observaram o posicionamento dos continentes sobre as placas tectónicas, os mesmos que há muitos milhões de anos eram um só e se denominavam por Pangeia.
Foi com espanto que os alunos descobriram que os vulcões são o resultado da movimentação dessas placas tectónicas no interior da Terra, que, por causa desse movimento, podem chocar-se, tocar-se levemente ou mergulharem umas sob as outras.
Antes da parte experimental da sessão, houve ainda lugar para a análise da constituição de um vulcão, com a sua câmara magmática, chaminé e cratera e fazer um périplo pelos mais famosos vulcões do nosso planeta, quer os extintos, como os do Domicílio do Diabo no parque nacional Pali Aike no sul do Chile ou do Krafla na Islândia, quer os cerca de 1300, 1600 que ainda continuam ativos.
As grandes erupções vulcânicas na História provocaram enorme espanto e admiração, sobretudo a do Vesúvio em 79 d.C. que espalhou uma nuvem mortal de rochas, cinzas e fumo a uma altura de mais de 30 quilómetros, cuspindo lava e pedras a uma proporção de 1,5 milhão de toneladas por segundo e libertando no total uma energia térmica centenas de milhares de vezes maior do que a do bombardeamento de Hiroxima.
Também, a erupção do Monte Tambora, a erupção mais mortal da história humana recente, enviando cinzas vulcânicas 40 km céu acima e matando 120.000 pessoas, fez arredondar os olhos e as bocas de quem assistia. Este monstro causou uma série de tsunamis gigantescos e graças à enorme quantidade de dióxido de enxofre emitida, o mundo experimentou uma queda severa de temperatura.
A sessão terminou com uma erupção mais modesta, mas ainda assim muito entusiasmante, de um pequeno vulcão feito de massa de modelar pela D.ª Maria José Matos, membro da equipa da Biblioteca Escolar D. Carlos I, e a quem muito agradecemos mais uma demonstração das suas mãos de fada.
Com um pouco de vinagre, corante vermelho, bicarbonato de sódio e algum detergente em pó, deu-se uma verdadeira explosão de alegria e gritos de euforia que nos relembrou a todos que realmente o essencial é invisível aos olhos.
Quem foi Antoine de Saint-Exupéry?
Antoine de Saint-Exupéry nasceu em Lyon, em 1900. Desde cedo sentiu grande vocação para a aventura. A sua maior ambição era ser oficial da marinha, mas ao chumbar no exame de admissão, enveredou pela aviação.
Tornou-se assim piloto aos 27 anos e participou ativamente em perigosas missões sobre o Mediterrâneo, o Deserto do Sahara e os elevados cumes da Cordilheira dos Andes. Voar era para Saint-Exupéry uma reflexão sobre a solidão, a amizade, o verdadeiro significado da vida, a condição humana e a liberdade.
Devido a problemas financeiros da companhia de aviação, Saint-Ex, como era chamado pelos companheiros e amigos, tornou-se jornalista, viajando um pouco por todo o mundo.
Com a chegada da 2ª Guerra Mundial, Saint-Exupéry alistou-se no exército francês, mas rapidamente teve que abandonar o seu país natal refugiando-se nos EUA. Aí, na Terra das Oportunidades deu asas à sua imaginação e tornou-se escritor.
“Da biologia à física, da química à biologia ou à matemática, as leituras e as experiências vão-se entrelaçando e colhem de espanto alunos e professores, atraindo grupos-turma à biblioteca”.
Decorreram nos dia 22 de fevereiro - 9.º C -; 14 de março - 6.º G -; e 11 de abril -5.º E -, três bem sucedidassessões do Projeto "Newton Gostava de Ler" dinamizada pela equipa da Biblioteca Escolar D. Carlos I.
A primeira parte deste encontro centrou-se na leitura de alguns capítulos da obra O Homem que Sabia Contarde Malba Tahan, ou como já foi descrita, a combinação perfeita entre o mundo das letras e o universo dos números. Também, atavés da leitura desta obra fascinante o leitor tem a hipótese de aprender a matemática pela história e a história pela matemática.
[Um humilde pastor persa do século XIII, Beremiz Samir, exímio no exercício da arte de calcular, é o protagonista deste livro. O enredo ambienta-se no exotismo do Médio Oriente, mesclando aspectos da cultura islâmica, da herança grega e de outras grandes culturas com curiosidades da matemática e reflete com fascinante realismo o clima filosófico, religioso e social da época.
No universo narrativo são integrados curiosos problemas e enigmas matemáticos e lógicos, aparentemente complicados mas sempre iluminados pela simplicidade dos raciocínios que lhes proporcionam solução, desvendados por Beremiz, o personagem com habilidade e raciocínio lógico. A acção termina com a tomada de Bagdad pelos mongóis, no ano de 1258 da nossa era, marco histórico que assinala o fim da hegemonia árabe no Médio Oriente.]
Já familiarizados com a espantosa habilidade de calcular da personagem principal, os alunos convidados foram por sua vez divididos em grupos e cada um desses grupos foi convidado a encontrar a solução para alguns dos problemas apresentados no livro.
Para auxiliar o raciocínio destes intrincados problemas, a equipa da Biblioteca Escolar construiu um conjunto de adereços que ajudaram a visualizar a resolução dos problemas apresentados.
Foi uma sessão muito divertida e que provou que a matemática também pode ser um jogo aliciante.
Os alunos aceitaram com entusiasmo o desafio de responder a uma série de curiosos problemas matemáticos.