quarta-feira, 15 de março de 2023

OLIMPÍADAS DO PORTUGUÊS NA BIBLIOTECA D. CARLOS I

No âmbito das Comemorações da Semana da Leitura 2023, todas as turmas do 9.º ano participaram nas Olimpíadas do Português

As mesmas visaram apoiar diretamente o currículo, promovendo o bom uso da língua portuguesa pelos alunos do 3.º ciclo. 

Numa parceria com a Raiz Editora, as mesmas decorreram na Biblioteca D. Carlos I nos dias 8, 9 e 15 de março. 

Ao estilo do concurso "Quem quer ser milionário?", cada turma organizou-se em grupos, compostos por 4 a 5 elementos, tendo elegido um porta-voz. 

Os grupos vencedores de cada turma irão posteriormente concorrer entre si numa "Finalíssima" - com data a anunciar oportunamente - de onde sairá o grupo vencedor da EB D. Carlos I.

Todos os grupos vencedores receberam um conjunto de fantásticos brindes e todos os alunos participantes receberam certificados de participação emitidos pela Raiz Editora. 

8 e 9 de MARÇO

















15 de MARÇO













terça-feira, 14 de março de 2023

4.º LIVRO DOS CLUBES DE LEITURA DO 5.º ANO

Decorreram nos dias 7 de março – 5.º A – e 14 de março – 5.º E – duas sessões relativas à exploração do 4.º livro dos Clubes de Leitura na Escola nas turmas do 5.º ano.

A história lida foi A Namorada Japonesa do Meu Avô de José Fanha, que apela a miúdos e graúdos sem exceção.

O avô Jaime é divertido, toca muitíssimo bem violino, conta histórias desaparafusadas e nunca pára com as suas “pantominices”. A avó Emília é doce, gosta de crochet e de fazer geleia de mão de vaca. Os dois vivem felizes na companhia da filha, do genro e do neto, até ao dia em que uma “doença má” leva a princesa do avô Jaime para o céu.

Para impedir o avô de se afundar numa depressão, Zezinho ensina-o a usar o computador e apresenta-o ao mundo aditivo das redes sociais. Depois de um percurso de iniciação nestes novos mundos virtuais que o lançam num estado de verdadeira euforia, o avô Jaime descobre com pena que nunca receberá uma resposta do Papa ou do Presidente dos Estados Unidos da América aos seus emails ou que o mais recente convite de amizade que recebera não é mesmo da Hanna Montana. A perda da inocência virtual culmina com o fim de uma relação virtual com uma namorada Japonesa que lhe deixa o coração partido.

Com esta adição ao mundo virtual e a fuga à solidão da viuvez, os papéis de neto e avô invertem-se, sendo agora o neto a fazer os reparos que há algum tempo atrás o avô lhe fazia a ele. E é precisamente Zezinho que vai ajudar este “rapazinho um bocado velho” a crescer, mostrando-lhe que por muito interessante que seja o mundo online, apenas o céu, a praia, o mar, os jardins, as árvores, as namoradas e os amigos de carne e osso, com as suas alegrias e tristezas, as suas palavras amargas e doces, os seus poemas, nos podem ajudar a descobrir o prazer de viver.

A obra é mais uma confirmação de José Fanha como um dos grandes autores da literatura infanto-juvenil portuguesa e sem dúvida homenageia, tal como em 35 Quilos de Esperança de Anna Gavalda, a relação ímpar que se estabelece entre avós e netos.

A segunda parte deste encontro consistiu na realização de um mini-workshop de poesia tradicional japonesa. 





HAIKUS 5.º A

Olho o arco-íris
feito de chuva e sol
Fica o céu mais bonito!

                                                                                  BIANCA NUNES COSTA


Com um frio na barriga
patino pelo gelo sem cair
Vou dar o meu melhor!

                                                                                            CATARINA NOGUEIRA


Vejo os meus colegas escrever
laboriosamente no coração de origami
O que hei de eu escrever?

                                                               DIEGO FREITAS


Ondulam as árvores alaranjadas
Sinto a brisa levar-me pelos céus
Sou mais livre do que nunca!

                                                              DINIS DUARTE


Noite fria de Inverno
Paro de ler para olhar em volta
e ouvir o crepitar do fogo

                                                               FRANCISCA REDOL


Boa a água salgada e fria
Debaixo do sol ardente e do aroma das flores
Sinto-me livre e quente

                                                             GABRIEL SARDINHA


Sinto na língua
o calor da tempura
Alegra-se o meu coração

                                                                       GUILHERME PEIXOTO

Neste mar gelado
nado pelas ondas
e penso em ti

                                                                   ÍRIS GONÇALVES


Tarde quente
A abelha pequenina e dourada
pousa na flor encarnada.

                                                                 JOANA LÚCIO LIMA

Dentro da baliza
antecipo o impacto da bola
Que bem cheira a relva.

                                                           JOSÉ MARTINS

Dia de sol ardente
Rebolo pelos montes com coelhos e veados
Sinto-me tão feliz!

                                                                LEONOR GONÇALVES


Neste momento sol está
Preciso de ser paciente
até o almoço chegar

                                                                                MANUEL MARIA VIEGAS


O vento delicado sopra
sobre a noite escura com estrelas
E vou comendo bolachinhas.

                                                                                               MARIA MOURA

O sol nasce
As abelhas surgem impacientes
e sugam o pólen das flores

                                                                                                 MARTIM DIAS


A chuva cai na ponte
da terra Açoriana
Estou tão longe de casa!

                                                                                                            MARTIM CAIADO
                                                                                      


Contemplo sem pressa
As terras esverdeadas de Sintra
bonitas como Jade

                                                                                                         MIGUEL MIRANDA
                                                                                     


Lua de Verão
Repetida no mar
Passeio na praia

                                                                                   RAFAEL DA SILVA


Noite fria de Inverno
Quentinha na minha cama ouço o vento correr
e os lobos caminhando na neve

                                                                                             SOFIA FILIPA BARATA ALVES


Vejo as terras de Sintra
esverdeadas sob um Sol frio
São como me sinto hoje …

                                                                                                  TOMAS ZUZARTE LIST

A mosca pousa suave
na margarida roxa
Sinto a brisa a chamar!

                                                                                            LILIANA CUNHA


HAIKUS 5.º E

As flores chegaram
O cheiro da primavera invade o meu nariz
Sinto-me muito melhor!

                                                      AURA CAMPOS

Estou na cama
e oiço a chuva lá fora
Sinto-me tão quentinho!

                                                              MIGUEL VAZ



As estrelas brilham
As luzes piscam fortemente
E tu, lua, encantas-me!

                                                          MATILDE ALMEIDA 





Ouço chuva forte
que fica azul
quando penso em ti

                                                                  GASPAR ANTUNES  

Na pele do meu corpo
Que bom seria um banho quentinho!

                                                                            TIAGO MARQUES



quarta-feira, 1 de março de 2023

ALUNOS CEF COZINHAM COM LEONARDO DA VINCI

“Da biologia à física, da química à biologia ou à matemática, as leituras e as experiências vão-se entrelaçando e colhem de espanto alunos e professores, atraindo grupos-turma à biblioteca”.

No dia 1 de março, os alunos das turmas dos Cursos de Educação e Formação de Apoio à Família e à Comunidade I e III, vieram à Biblioteca D. Carlos I participar numa sessão deste projeto que teve como pano de fundo a realização de uma “Experiência Emulsionante”. 

Assim sendo, a primeira parte da atividade prendeu-se com a leitura de alguns excertos do livro Notas de Cozinha de Leonardo da Vinci de Shelagh Routh e Jonathan Routh. 

Poucas pessoas no mundo devem desconhecer quem foi Leonardo da Vinci, ou melhor, Leonardo di Ser Piero da Vinci, uma das mais importantes figuras do Renascimento, que se destacou como cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, pintor, escultor, arquiteto, botânico, poeta e músico. 

São mundialmente famosas as pinturas deste génio incomparável. Quem não conhece as famosíssimas pinturas de Mona LisaA Última CeiaSalvator MundiHomem VitruvianoVirgem das Rochas ou a Dama com Arminho?


Nos livros de história Leonardo da Vinci é frequentemente descrito como o arquétipo do homem do Renascimento, alguém cuja curiosidade insaciável era igualada apenas pela sua capacidade de invenção. Na verdade, Leonardo da Vinci afigura-se-nos como uma personagem sobre-humana, dotada dos talentos mais diversos, que se interessou profundamente por quase todos os assuntos e lançou as bases para muitas das invenções da civilização moderna. 

Aquilo que muitos alunos não sabiam, e descobriram com esta sessão, foi que este grande génio do Renascimento sempre teve um interesse especial pelos assuntos relacionados com a comida. Em boa verdade, desconhecia-se esta faceta do invulgar mestre do Renascimento, ou até que tivesse escrito sobre o tema da culinária, até ao aparecimento daquilo que hoje é conhecido como Codex Romanoff

Jonathan Routh foi um apresentador de TV e ator britânico. Ele e a sua última esposa, Shelagh Marvin Routh, publicitária, atualmente residente em Itália, foram responsáveis pela perseguição da pista culinária de Leonardo da Vinci, que deu origem à revelação do chamado Codex Romanoff, a partir de uma cópia de um manuscrito com uma nota que reza assim: «Este é o texto que eu, Pasquale Pisapia, copiei por extenso a partir do manuscrito de Leonardo da Vinci, que agora se encontra no Ermitage, em Leninegrado».





O Codex Romanoff é portanto o que se julga ser o Caderno de Apontamentos de Leonardo sobre tudo o que se relacionava com cozinha, desde as receitas até à etiqueta à mesa. Pensa-se que este caderno foi sendo escrito,  na sua habitual caligrafia espelhada, enquanto desempenhava o cargo, durante vários anos, de «Mestre de Festas e Banquetes» na corte de Ludovico Sforza. 

A leitura deste livro, ilustrado com desenhos de da Vinci, revela-se tão fascinante quanto hilariante. Graças a uma enorme profusão de receitas, descrições de regras de etiqueta à mesa e anotações diversas, ficamos a conhecer a sua devoção obsessiva pela comida, a forma de a preparar e apresentar,  

Quem diria que foi  Leonardo da Vinci o inventor do guardanapo, da máquina de fazer spaghetti e da Nouvelle Cuisine, entre outras coisas? 

A par de alguns excertos muito interessantes sobre a criação de máquinas extraordinárias, multiplicam-se os episódios supremamente divertidos sobre a muita fraca etiqueta à mesa dos comensais da corte de Ludovico Sforza e até de uma tentativa falhada de Leonardo de introduzir o guardanapo nos hábitos de higiene da altura.  



Após a leitura destes episódios que arrancaram bastantes gargalhadas aos ouvintes, chegou o momento de os alunos deitarem mãos à massa e de se aventurarem na realização de uma atividade experimental, para a qual apenas necessitaram de um frasco com tampa, uma pedrinha, uma faca e um garfo e um pacote de natas frescas. 

A mesma consistiu em comprovar que, através da agitação mecânica, é possível originar a migração dos triglicéridos cristalinos (rígidos) para o exterior do glóbulo das bolas de gordura, danificando a membrana e expondo o seu conteúdo.  

Na verdade, não é preciso ser um génio do Renascimento para criar uma solução emulsionante e fazer manteiga está ao alcance de todos. 

O encontro terminou com um chá e tostas com manteiga onde, graças a Leonardo da Vinci, nem faltaram os guardanapos.