quarta-feira, 18 de maio de 2016

TODAS AS COISAS TÊM UMA COISA POR DIZER

No âmbito da habitual Hora do Conto, coube às duas salas do Jardim de Infância vir conhecer  - dias 17 e 18 de maio - a belíssima história  "Porque há tantas pedras no rio?" recontada por Belén Diaz  a partir de um conto tradicional africano e novamente através do recurso à técnica do kamishibai,

Os pequeninos leitores discutiram o significado desta história, ponderaram sobre a origem das pedras, discutindo fenómenos de erosão, recordaram animais em vias de extinção, e conheceram alguns animais de que nunca tinham ouvido falar, tais como impalas, elandes, órixes e kudus.



Também, e como os colegas do 1.º Ciclo já haviam sido convidados a pintar uma pedra com as cores e padrões da savana, os alunos do pré-escolar pintaram peixinhos coloridos que se foram juntar aos animais selvagens da savana africana - o que calhou mesmo bem após uma visita recente ao Oceanário de Lisboa. 

Fiquem aqui com algumas imagens da savana de pedras que está a enfeitar a entrada da nossa Biblioteca.


As pedras falam? Encontrem a resposta no belíssimo poema de 

Maria Alberta Menéres

As pedras

As pedras falam? pois falam
mas não à nossa maneira,
que todas as coisas sabem
uma história que não calam.

Debaixo dos nossos pés
ou dentro da nossa mão
o que pensarão de nós?
o que de nós pensarão?

As pedras cantam nos lagos
choram no meio da rua
tremem de frio e de medo
quando a noite é fria e escura.

Riem nos muros ao sol,
no fundo do mar se esquecem.
Umas partem como as aves
e nem mais tarde regressam.

Brilham quando a chuva cai.
Vestem-se de musgo verde
em casa velha ou em fonte
que saiba matar a sede.

Foi de duas pedras duras
que a faísca rebentou:
uma germinou em flor
e a outra nos céus voou.

As pedras falam? pois falam.
Só as entende quem quer,
que todas as coisas têm
uma coisa para dizer.

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