quarta-feira, 20 de junho de 2018

OFICINA DE CINEMA DE ANIMAÇÃO NA BECRE

No âmbito das atividades do Plano Nacional de Cinema, desenvolvido na Biblioteca Escolar D. Carlos I desde 2015/16, os alunos do OKUPA foram convidados a participar numa Oficina de Cinema de Animação, tendo a mesma decorrido nos dias 19 e 20 de junho de 2018.


A primeira sessão iniciou-se com uma abordagem teórica dos princípios básicos da animação. Como o próprio nome indica, “animar” significa dar vida e a animação é uma técnica que transmite a aparência de movimento a imagens ou objectos imóveis. Existem incontáveis formas de fazer animação e os materiais podem ir desde desenhos, bonecos de papel, fotografias, objetos inanimados ou as versáteis personagens moldadas em plasticina.




O efeito de animação acontece ao mostrar rapidamente uma série de imagens estáticas, os chamados “fotogramas”. Não reparamos nos espaços entre as imagens porque o nosso cérebro preenche esses intervalos, fazendo o movimento parecer contínuo. Assim, em vez de vermos uma mera sequência de fotogramas isolados, vemos imagens que ganham vida.

No início do século XX, os inventores começaram a explorar a ideia de movimento, concebendo diapositivos onde apareciam pequenas sequências de movimentos animados, geralmente num ciclo contínuo.


Em forma de viagem aos primórdios do cinema, os alunos começaram por construir um brinquedo muito simples que teve origem na era Vitoriana, o famoso taumatrópio. O mesmo consiste num disco com um desenho diferente em cada um dos lados e dois pedaços de fio atados em extremos opostos. Basta girar o disco para que os dois desenhos se fundam numa única imagem.


Houve ainda a oportunidade de constatar a magia da animação através de um zootrópio caseiro construído pela Professora Bibliotecária. Aqui basta dispor as imagens numa tira colocada num fundo de um tambor. Quando o tambor gira, e ao olhar através das ranhuras abertas a intervalos, é possível ver as imagens a movimentarem-se.

Para demonstrar como funciona a ilusão do movimento, os alunos aprenderam ainda a construir um livro animado ou “Flip Book”. Aqui a imagem muda ligeiramente de página para página numa sequência que vai do princípio ao fim.

Foi deveras agradável assistir ao encantamento das crianças que, ao deixar correr muito rapidamente as imagens, verificavam como as suas criações ganhavam movimento.





Numa fase posterior foi altura de os alunos serem animadores por um dia, começando para isso a perceber como se concebe e define o perfil de uma personagem que será a protagonista da nossa história.

Depois, para se contar uma história, é preciso definir muito bem os momentos essenciais, ou seja, a estrutura.



Para visualizarem a história e definirem os movimentos das personagens, os alunos recorreram à ajuda de uma ferramenta essencial em animação, o Storyboard.

Nesta etapa foram ainda discutidos alguns elementos técnicos como a Temporização, a Encenação, tipos de Planos, Ângulos de Câmera, a diferença entre Quadros-Chave – pontos de partida e de chegada de cada cena – e Quadros-Intermédios  desenhos que ligam a ação entre os Quadros-Chave –, e claro, a Montagem.

No segundo dia de Oficina foi altura de cada grupo filmar as suas cenas. Apesar de o cenário poder ser tudo o que nós quisermos, desde uma tela branca, uma cartolina preta ou mesmo um pano de cozinha, três grupos optaram por recorrer a cenários de um pequeno estúdio de animação.

Um outro grupo decidiu recorrer à Pixilação. A Pixilação consiste em usar atores humanos fotograma a fotograma, fazendo destes marionetas vivas de animação Stop-motion.

Nas suas animações os nossos realizadores procuraram ainda fazer recurso de outras Técnicas de Animação 2D, nomeadamente o uso de adereços, legendas, colagens, animação sobre quadros, efeitos especiais, uso de títulos e genéricos, criação de modelos em plasticina e ao chamado Morphing.  

Uma vez filmadas as cenas e descarregadas as imagens para o computador, foi altura de a Professora Bibliotecária dar início à "pós-produção" na “sala de montagem”. Depois de juntar as cenas foi preciso acrescentar-lhes sons, músicas e genéricos.

E eis chegada a "première", o momento  de os jovens realizadores apresentarem as suas obras-primas ao grande público. Apesar de alguns deslizes – dedos dos animadores que aparecem inadvertidamente ou molduras fora do enquadramento –, temos a certeza de que os nossos espetadores compensarão as falhas técnicas com a enorme ternura que se desprende destes pequenos filmes.


Esta atividade cumpriu claramente com uma das missões da Biblioteca Escolar que consiste na criação de contextos aprendentes, que integrem diversos recursos, despertando nos alunos o interesse e entusiasmo em adquirir novos saberes. 

E não esqueçamos que a animação, muito mais do que um saber, muito mais do que um mero entretenimento televisivo ou cinematográfico, é uma forma de arte em si mesma, celebrada em festivais de cinema em todo o mundo.


Cliquem nas imagens e conheçam os produtos resultantes desta Oficina de Cinema de Animação:

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