quinta-feira, 21 de março de 2024

PROJETO NEWTON EVOCA MENSAGEM SECRETA DE FERNANDO PESSOA

“Da biologia à física, da química à biologia ou à matemática, as leituras e as experiências vão-se entrelaçando e colhem de espanto alunos e professores, atraindo grupos-turma à Biblioteca”.




Decorreu no dia 21 de março de 2024 mais uma incrível sessão do projeto “Newton Gostava de Ler” e que contou com a participação dos alunos do 8.º G

Para este novo módulo do projeto, a obra escolhida foi Mensagem do supra Camões Fernando Pessoa

A primeira parte da sessão foi dedicada a explicar o conteúdo e o modo de leitura desta  epopeia elaborada ao longo de 21 anos. 

Mensagem é um poema épico-lírico dividido em 3 partes e constituído por 44 poemas, geralmente de curta extensão de duas, três ou cinco estrofes, que apresentam, por sua vez, 4, 5, 6 ou 9 versos plenos de musicalidade conferida pela rima, pelo ritmo e pela valorização de aspetos fónicos. Apesar de fazer parte do Modernismo, não recorre aos versos livres. Assim, os seus poemas, tanto os líricos quanto os narrativos, possuem versos regulares, com métrica e rimas.
A 1.ª parte contém 19 poemas e intitula-se "O BRASÃO"; a 2.ª parte contém 12 poemas e intitula-se "MAR PORTUGUÊS"; a 3.ª parte contém 13 poemas e intitula-se "O ENCOBERTO". 
 
Mensagem é uma obra simbólica, de natureza ocultista/esotérica situada na linha a que o próprio Pessoa considerava “nacionalismo místico”. Em “Apontamento”, que viria a receber o título de “Nota preliminar”, Pessoa parece querer dar-nos a “chave” para a interpretação de Mensagem como obra simbólica, a ser lida por “iniciados” nos cultos esotéricos. Mensagem é, sobretudo, uma obra de aspecto nacionalista que busca resgatar o sentimento patriótico do povo português. 

Depois de declamados alguns dos mais emblemáticos poemas das três partes da obra, foi ainda lido e analisado o poema “Lágrima de preta” de António Gedeão e que estabeleceu a ponte para a parte da experimentação científica. 



Antes da experiência foram ainda apresentadas algumas curiosidades sobre o instrumento com que iriam escrever a mensagem secreta: a pena de ave. A pena de ganso, corvo, águia, coruja, falcão ou peru foi o instrumento de escrita predominante na época medieval, mas a utilizada nesta sessão foi mesmo uma pena de gaivota com ponta de cotonete. 

Os alunos conheceram então o material necessário para a experiência, nomeadamente a "fenolftaleína". A fenolftaleína é um indicador de pH, ou seja, serve para medir o pH (acidez ou alcalinidade) de soluções. Apresenta-se normalmente como um sólido em pó branco ou em solução alcoólica como um líquido incolor. É pouco solúvel em água, porém solúvel em etanol (álcool etílico). 

Assim, de pluma em punho, cada grupo escreveu uma mensagem que teria de ser revelada pelo grupo seguinte, o que obviamente suscitou grande interesse e entusiasmo. 

Depois de dominada a técnica científica para escrever e revelar mensagens secretas, muitos foram os que apontaram imensos usos para esta técnica secreta, nomeadamente deixar uma mensagem escondida para os eleitos do seu coração. 

Para além de um desejo de ciência e um ainda maior gosto pela leitura, esperemos que sejam estes alunos no futuro a empunhar a pluma e a reescrever a era que há de vir, a do sonho feito realização, a da loucura, divina, porque assumida conscientemente, e interrompida, de D. Sebastião, de D. Fernando, do Infante e dos outros heróis expectantes evocados por Pessoa.



Sabiam que há mais maneiras de escrever e revelar mensagens secretas, como por exemplo escrever com sumo de limão e deixar secar? Depois, para revelar a mensagem é só passá-la a ferro!




Sabiam que o chamado cotonete ou haste flexível foi inventada em 1920 por um polaco naturalizado americano, chamado Leo Gersternzang?





Quem quiser aprender a construir e a decifrar enigmas misteriosos, basta vir à Biblioteca Escolar e inscrever-se neste fantástico módulo.

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