segunda-feira, 11 de março de 2024

PROJETO NEWTON CRISTALIZA IDEIAS

Da biologia à física, da química à biologia ou à matemática, as leituras e as experiências vão-se entrelaçando e colhem de espanto alunos e professores, atraindo grupos-turma à biblioteca”.



Decorreu no dia 11 de março mais uma sessão do projeto “Newton Gostava de Ler” e que teve como pano de fundo o módulo “Cristaliza esta ideia!” e contou com a entusiasta participação do 6.º B. 

A metodologia foi a já habitual neste projeto, partindo-se da leitura e exploração de um recurso literário, criam-se pontes para a realização de pequenas experiências científicas. 

Assim, os alunos começaram por ouvir a narração da lenda “Castigo de Sal” extraída da obra Lendas do Mar, de José Jorge Letria

Esta lenda remete-nos para o princípio dos tempos em que quem mandava era o grande Deus das Águas, senhor de um imenso território povoado por criaturas belas e pacíficas. A história centra-se na mais rebelde e irrequieta das suas filhas, a Água, que tinha o hábito reprovável de invadir o espaço dos seus irmãos e de se apropriar do que lhes pertencia. 

Ao desrespeitar sucessivamente os avisos do seu poderoso pai, a obstinada Água foi sendo alvo de pequenos castigos. Mas no dia em que decidiu estender os braços e as pernas e invadir a terra, espraiando-se por continentes e ilhas, a Água que era bela e doce e quem a levasse aos lábios logo matava a sede, sofreu o terrível castigo de se tornar salgada até ao fim dos tempos. 

A narração da história deu o mote perfeito para a procura de uma explicação científica para a questão: Por que é que a água do mar é salgada?

Ao contrário do que muita gente pensa, o sal não “surge” no mar, ele encontra-se presente nas rochas. Por isso, quando a água do próprio mar desgasta as rochas litorâneas, elas vão-se fragmentando e dividindo em pequenas partículas, incluindo os sais minerais que se encontram nelas. A água do mar contém por conseguinte uma grande quantidade de iões dissolvidos: cloro, sódio, sulfato, magnésio, cálcio, potássio, etc., que são extraídos quando a água passa nas rochas. E 90% dos sais dissolvidos corresponde a cloreto de sódio (NaCl) ou seja, sal.

Ainda durante este segundo momento, os alunos tiveram ainda a oportunidade de aprender o modo de obtenção do sal de cozinha com recurso à água do mar, pela evaporação do solvente, ou através de jazidas subterrâneas em antigas bacias marítimas.  

O terceiro momento deste encontro consistiu na explicação do fenómeno de cristalização dos sais, numa viagem através da história sobre o hábito do banho, e uma curta introdução às propriedades terapêuticas dos sais de banho.

No último momento deste encontro, e após a divisão da turma em grupos, os alunos aventuraram-se na realização de um frasco de sais de banho. Para a realização dos mesmos necessitaram de cloreto de sódio, umas gotas de óleos essenciais - alfazema, coco ou jasmim -, corante alimentar e umas colheradas de folhas de alfazema. 

De frasquinho na mão decorado a rigor, foi visível a satisfação dos alunos que numa única sessão beneficiaram de uma experiência de leitura, história e ciência. 

Esta divertida e perfumada atividade experimental veio novamente comprovar como a Biblioteca Escolar pode promover a autonomia e as aprendizagens ao longo da vida.





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